Vice-presidente do banco, Geddel mantinha ligações com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira a Operação Cui Bono, que tem como alvo fraudes na liberação de créditos junto à Caixa Econômica Federal que teriam ocorrido entre 2011 e 2013. Agentes realizam buscas e apreensões em endereços residenciais e comerciais no Distrito Federal, Bahia, Paraná e São Paulo. Segundo a PF, o esquema envolvia a vice-presidência da área de Pessoa Jurídica do banco, na época comandada pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Além de Geddel, o vice-presidente de Gestão de Ativos, um servidor da CEF, empresários e dirigentes de empresas dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias, de empreendimentos imobiliários, além de um operador do mercado financeiro. As medidas de busca e apreensão foram determinadas pelo Juiz da 10ª Vara da Justiça Federal
A investigação é um desdobramento da Operação Catilinárias, deflagrada em 2015. Na época, os policiais federais encontraram um aparelho celular em desuso na residência do então presidente da Câmara do Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Submetido a perícia e mediante autorização judicial de acesso aos dados do dispositivo, a PF extraiu uma intensa troca de mensagens eletrônicas entre o presidente da Câmara à época e Geddel entre 2011 e 2013.
As mensagens indicavam a possível obtenção de vantagens indevidas pelos investigados em troca da liberação para grandes empresas de créditos junto à Caixa Econômica Federal, o que poderia indicar a prática dos crimes de corrupção, formação quadrilha e lavagem de dinheiro.
Diante destes indícios, os agentes assaram então a investigar o caso, que tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão de se tratar de investigação contra pessoas detentoras com foro privilegiado. Porém, em virtude dos afastamentos dos investigados dos cargos e funções públicas que exerciam, o STF decidiu encaminhar o inquérito à Justiça Federal do DF.
Operação Cui Bono
O nome da Operação é uma referência a uma expressão latina que, traduzida, significa literalmente, “a quem beneficia?”. A frase, atribuída ao cônsul Romano Lúcio Cássio Ravila, é muito empregada por investigadores com o sentido de sugerir que a descoberta de um possível interesse ou beneficiado por um delito pode servir para descobrir o responsável maior pelo crime.
Indicação pessoal de Temer, vice-presidente de governo da Caixa é citado em operação.
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