Consumidores procuram alternativas para se defender de assaltos e arrastões. Especialistas dizem que iniciativa é perigosa.
Em meio à onda de arrastões, cariocas decidiram contra-atacar com equipamentos de defesa pessoal, alguns de uso restrito das forças de segurança, como o spray de pimenta, regulamentado pelo Exército com condições especiais de utilização.
Pela Internet, usuários compram o spray, aprendem a usá-lo e até a fabricá-lo em casa. “Comprei o meu por uns R$50 em um site e já entrei até em banco com isso. Nunca fui incomodada”, contou a jovem L.B., de 20 anos, usuária do suposto repelente de bandidos.
Em um fórum virtual, outra mulher mostra que a compra foi tão natural que nem parecia proibida. No tópico, ela pede até orientação jurídica, para saber as consequências do uso.
Especialistas, no entanto, alertam para o perigo da utilização desse tipo de arma, tanto do ponto de vista jurídico quanto físico. “Para ser considerada de legítima defesa, a reação precisa ser proporcional à ação praticada pelo criminoso”, explica o advogado criminalista José Ricardo Ramalho.
“Por exemplo: um ladrão assalta alguém com uma arma de brinquedo e você reage com uma teaser e mata o bandido. Você vai responder por homicídio. Caso use um spray de pimenta e cause algum dano à visão do assaltante, você responderá pelo dano que causou”, completa.
Coordenadora da emergência do Hospital Balbino, Liliane Guimarães ressalta o perigo do uso de armas por amadores. “Não existe armamento não letal”, advertiu a médica. “Toda arma pode matar”.
O risco do uso de armas por cidadãos sem formação técnica também preocupa o sociólogo e ex-oficial do Bope, Paulo Storani. “O contra-ataque do assaltante é muito arriscado e pode gerar uma tragédia”, diz.
Fonte: O Dia
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