O Jornalismo como instrumento de militância partidária.
A GloboNews confirmou nesta semana a demissão de três de seus principais nomes: Daniela Lima, Eliane Cantanhêde e Mauro Paulino. A decisão repercutiu fortemente no cenário político e midiático nacional, com setores da direita comemorando a medida e apontando para um possível esgotamento do modelo de noticiário considerado por críticos como “militante e ideológico”.
As demissões foram noticiadas pela Revista Fórum e ganharam destaque imediato nas redes sociais, onde apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro celebraram o que classificam como “uma vitória contra o jornalismo engajado”. O termo “Globolixo”, usado de forma depreciativa por opositores da emissora, voltou a circular com intensidade, marcando a reação de parte do público ao corte nos quadros de comentaristas.
Nos últimos anos, a GloboNews apostou fortemente no formato opinativo, no qual análises e comentários se entrelaçam à cobertura factual. Para críticos, essa linha editorial teria comprometido a imparcialidade e a credibilidade do jornalismo, aproximando a emissora de uma militância política velada. Já defensores do modelo sustentam que o público busca interpretações e leituras aprofundadas, e não apenas a transmissão de fatos crus.
Com as mudanças, analistas avaliam que a emissora pode estar dando sinais de reorientação editorial, possivelmente em direção a um jornalismo mais focado na notícia em si, reduzindo o espaço para análises ideológicas que marcaram a última década. O movimento reacende a discussão sobre os limites entre opinião e informação, e sobre o impacto do viés editorial no cenário democrático.
A saída de nomes de peso como Daniela Lima, Cantanhêde e Paulino, contudo, deixa em aberto o futuro da linha jornalística da GloboNews, que agora enfrenta o desafio de reconquistar parcelas da audiência que se mostravam insatisfeitas com o tom opinativo predominante.