164 anos fora dos trilhos. Dia da Baixada é comemorado na primeira estação da ferrovia do Brasil

164 anos separam os 14,5 quilômetros de trilho da lembrança e da memória do brasil.

(Foto: Marcelo Dias)  Aniversário de 164 anos da primeira Estação de Ferro do Brasil 

Um marco de “prosperidade e civilização” nas palavras de Irineu Evangelista de Souza, fundador da  estação Guia de Pacobaíba, antiga Estação Mauá,  a primeira estação de trens do Brasil, inaugurada em 30 de abril de 1854, foi lembrada em mais um ano de comemorações do dia da Baixada Fluminense.

A ideia de se instituir o Dia da Baixada Fluminense, surgiu e foi aprovada no dia 09/12/2000 em encontro da Comunidade Cultural da Baixada, realizado na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, da UERJ, FEBF/UERJ.

(Foto de Marcelo Dias) Estação Guaia de Pacobaíba

A Estrada de Ferro tornou-se um marco histórico da ocupação urbana, dando novo perfil à ocupação do solo. Foi o começo do fim dos portos fluviais de navegação pelos rios e dos caminhos de tropeiros e o início do processo de surgimento de vilas e povoados que se organizaram em torno das estações ferroviárias, origem das atuais cidades da Baixada Fluminense.

A Estação símbolo de orgulho e glórias do Brasil Império, embora tombadas pelo Patrimônio Histórico, permanece no descaso.

Breve histórico da decadência:

Em 1878 passou para a Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará, e em 1883 servia de ligação para Petrópolis. Anos mais tarde, com a construção da Estação Piabetá e sua ligação direta ao Rio de Janeiro através da Estrada de Ferro Leopoldina, a Estação Guia de Pacobaíba foi perdendo sua importância, sendo a ligação marítima desativada no dia 2 de novembro de 1926, e a estação funcionando apenas com trens locais.

Em 1945, teve o nome alterado de Estação Mauá para o nome atual, homenageando a antiga freguesia. Finalmente, no dia 19 de dezembro de 1962, o serviço de trens de passageiros entre Bongaba e Guia de Pacobaíba foi extinto, e a estação foi abandonada.

Na Praia de Mauá, 5º distrito da cidade de Magé, a população e autoridades se reúnem em esforço mútuo na tentativa de recuperar o tempo perdido. Em 1998, o patrimônio foi entregue à Prefeitura de Magé e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional  (IPHAN).

A área no entorno foi alugada para uma empresa de tubulação e ocupada por moradias irregulares. A estação virou depósito e a Prefeitura de Magé afirma que a via é uma responsabilidade do Iphan, que em recente reivindicação do poder Público Municipal, em 2018, reivindica o direito de conservar e tornar a área atrativo turístico para a cidade.

(Foto Marcelo Dias) Alison Brandão – Zé Augusto Nalin – Senador Eduardo Lopes 

Muitas iniciativas vem se manifestando e neste 30 de abril de 2018, a prefeitura de Magé, através da secretaria de Educação e Cultura, promoveu mais um encontro na tentativa de resgatar através da linha férrea a história do país. Estiveram presentes o Senador Eduardo Lopes acompanhado da suplente da Câmara de deputados Estadual Soninha, o suplente da Câmara Federal Zé Augusto Nalin,  a secretária de educação, Alison Brandão, Wagner Rosas, representante da pasta de Turismo, vereador Leandro Rodrigues e o atual sub prefeito da Mauá, Vinícius Oliveira, e várias outras autoridades interessados na recuperação do patrimônio Nacional.

(Foto: Marcelo Dias) Sub-prefeito de Mauá –  Vinicius de Oliveira – Vereador Leandro Rodrigues 

Antônio Pastori, presidente da Associação Brasileira de Preservação Rodoviária, vem ao longo dos anos se dedicando a conscientização de retomada e preservação da estação, juntamente com uma frente popular, apela para que salvemos o marco histórico.

Abaixo-assinado – Sua ajuda pode salvar esse patrimônio Histórico 

Para tentar recuperar um trecho da ferrovia, moradores de Magé estão fazendo um abaixo-assinado. São necessárias 20 mil assinaturas para que o trecho seja revitalizado, mas o documento ainda não atingiu nem quatro mil.

Precisamos sensibilizar os senadores para a restauração e reativação de um trecho de sete quilômetros da ferrovia. Sei que é bem pequeno, mas é parte da nossa história. Essa ferrovia é pioneira e é lamentável a situação atual em que se encontra. Está muito abandonada“, explica o ex-presidente da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, Antônio Pastori.

O projeto de recuperação da ferrovia foi apresentado ao Senado Federal, pelo atual presidente da instituição, Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, Antônio Seixas, que explica que o projeto não tem nenhuma relação com a AFPF, uma vez que fora apresentado depois de eleito ao cargo após a gestão anterior.

Basta clicar no link abaixo para aderir ao Abaixo-assinado.

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=100143&voto=favor


Antonio Alexandre, Magé|Online.com 

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