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Pré-candidatos se movimentam para 2026 e cenário eleitoral já revela alianças e ataques antecipados.
A disputa pelo governo do Rio de Janeiro em 2026 começa a ganhar contornos claros e, ao que tudo indica, será marcada por alianças inusitadas, embates antecipados e velhas rivalidades políticas. O ex-governador Anthony Garotinho e o ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, surgem unidos na corrida ao Palácio Guanabara, em oposição direta ao grupo do atual governador Cláudio Castro e do prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Em entrevista ao podcast Pode Garotinho, Reis reafirmou sua intenção de disputar o governo estadual “em qualquer circunstância”, rechaçando rumores de recuo. Para ele, o favoritismo de Eduardo Paes nas primeiras pesquisas reflete mais o “desinteresse momentâneo da população pela política” do que uma definição consolidada do eleitorado.
GAROTINHO VOLTA AO TABULEIRO POLÍTICO
Mesmo fora da disputa direta, Garotinho aproveitou o momento para agradecer os 16% das intenções de voto atribuídas a seu nome e destacou o desempenho de Washington Reis, que aparece com 13%. Em tom provocativo, o ex-governador declarou: “Juntos, já somamos quase 30% sem nem começar a campanha”. A fala foi acompanhada de uma crítica direta a Eduardo Paes: “O povo do nosso Estado não quer um novo Cabral”, alfinetou, em referência ao ex-governador Sérgio Cabral, condenado por corrupção.
O movimento de Garotinho consolida sua tentativa de retomar protagonismo no cenário fluminense, especialmente na Baixada, onde sua influência política ainda é significativa. Sua aproximação com Reis — também figura de forte expressão na região — pode ser decisiva na formação de uma base eleitoral sólida no interior e na metrópole.
CENÁRIO DE CONFRONTO
O tabuleiro político fluminense se desenha em três grandes frentes. De um lado, Washington Reis conta com o apoio explícito de Garotinho. De outro, o atual presidente da ALERJ, Rodrigo Bacellar deve sustentar sua pré-candidatura com o respaldo do governador Cláudio Castro, ex-secretário de Governo e desafeto declarado de Garotinho. E, na capital, Eduardo Paes desponta como o nome mais competitivo, ancorado em índices de aprovação administrativa e numa imagem de gestor consolidado.
A relação conturbada entre Reis e Bacellar promete esquentar a campanha. O rompimento entre ambos, que culminou na saída de Reis da Secretaria Estadual de Transportes, foi resultado direto de disputas internas pelo controle de espaços políticos no governo Castro. Agora, essa rivalidade tende a se refletir nas urnas.
ELEIÇÃO ANTECIPADA E ALIANÇAS MUTANTES
Embora o pleito esteja a mais de 11 meses de distância, a movimentação intensa dos pré-candidatos indica uma eleição precoce, com alianças sendo testadas e discursos afiados. Analistas políticos apontam que o eleitor fluminense ainda não definiu suas preferências, mas os grupos já se organizam em torno de projetos regionais e narrativas de oposição.
Pesquisas iniciais mostram uma vantagem numérica para Paes, mas estrategistas lembram que, no Rio de Janeiro, favoritismo raramente se traduz em vitória antecipada. A influência de figuras tradicionais como Garotinho e o poder de articulação de líderes regionais como Reis e Bacellar prometem redesenhar o mapa político fluminense até 2026.
Resumo do cenário eleitoral:
Eduardo Paes (PSD) – provável candidato governista, aposta na imagem de gestor eficiente.
Washington Reis (MDB) – pré-candidato apoiado por Garotinho, tenta se consolidar na Baixada.
Rodrigo Bacellar (União Brasil) – deve buscar a reeleição com apoio de Castro, mirando o eleitorado conservador.
Anthony Garotinho (sem candidatura) – atua como articulador e possível “rei maker” (expressão em inglês (“kingmaker”) que significa, literalmente, “fazedor de reis” ) .
A disputa já começou — e promete ser uma das mais acirradas da história recente do Rio de Janeiro.
