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Serra do Rio já teve praia com as areias de Copacabana

Idealizado para ser o maior hotel-cassino da América Latina, ponto turístico inaugurado em 1944 fica em Petrópolis e é aberto à visitação.

O Palácio Quitandinha, um dos principais pontos turísticos de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, completa 75 anos reuniu uma série de curiosidades sobre o local que já teve até areia da praia de Copacabana. A construção foi idealizada por Joaquim Rolla e inaugurada em 1944.

“Foram centenas de caminhões vindos do Rio, de Copacabana, trazendo areia de lá para Petrópolis”, afirmou Luiz Boralli Garcia, que trabalhou na administração do espaço de 1963 a 1987, e é autor do livro “A História do Quitandinha da construção aos dias atuais”.

De acordo com Luiz, a praia artificial ficava em volta do lago, que tem formato do mapa do Brasil, mas não durou muito tempo porque os frequentadores preferiam a piscina de água quente, que era a única do país na época.

O escritor disse que, inicialmente, a ideia do Joaquim Rolla, era que o palácio fosse construído no Rio de Janeiro, mas lá já exista o Copacabana Palace, que pertencia à família Guinle.

Ainda de acordo com Luiz, Joaquim Rolla recebeu a proposta de 20 anos de isenção de impostos para escolher outro lugar para o empreendimento e não gerar concorrência. O palácio foi construído em Petrópolis para funcionar como o maior hotel-cassino da América Latina.

Erguido em meio a escassez promovida pelo auge da Segunda Guerra Mundial, o Quitandinha surgia para oferecer o oposto: entretenimento em abundância, diversão e lazer com boa comida, bebida e alguns luxos.

Durante o tempo de cassino, frequentaram o local Grande Otelo, Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Nelson Gonçalves e muitos estrangeiros. O escritor Luiz Boralli também explica em seu livro que passaram pelo hotel personalidades como Roberto Carlos, Gal Costa e Caetano Veloso.

O palácio apresentava inovações para a época, como, por exemplo, a mesa telefônica com 800 ramais, sendo segunda maior central telefônica do Brasil; uma central elétrica que serviria para uma cidade com 20 mil habitantes; o Salão Mauá, com uma cúpula com 30 metros de altura e 50 de diâmetro, sendo a segunda maior do mundo, comparada à redoma da Catedral de São Pedro, em Roma.

Sobre Joaquim Rolla

Dono de outros cassinos no Rio de Janeiro e Minas Gerais, Joaquim Rolla não foi apenas o idealizador do projeto, mas um empreendedor nato.
“Ele era um homem de uma visão futurística extraordinária. O Quitandinha foi projetado para ser o grande prédio que seria o orgulho do Brasil”, lembra Luiz.

Para a realização de seu sonho, Rolla teve a ajuda dos arquitetos Luis Fossati e Alfredo Baeta Neves, que foram os responsáveis pelo projeto. Construído em estilo normando, que era uma tendência dos grandes cassinos europeus, quem entra no palácio se sente em um ambiente daqueles mostrados nos filmes hollywoodianos.

Todo o interior do Quitandinha foi decorado pela decoradora e cenógrafa norte-americana Dorathy Draper, que se inspirou nos cenários de Hollywood para criar a atmosfera do grande hotel-cassino.

A pedra fundamental do Quitandinha foi lançada em 1941 e a obra contou com mais de 1.200 funcionários que vieram de diversas partes do país, principalmente de Minas Gerais. A inauguração, marcada inicialmente para 23 de janeiro, não aconteceu por causa de um grande lustre que quebrou poucos dias antes.

O lustre era mais uma das surpresas preparadas por Rolla, que criou em um dos salões um grande céu no teto e, nele, Saturno e seus anéis. “Eis que as centenas de lâmpadas que representavam o planeta despencou, adiando a inauguração”, conta Luiz.

Fonte: Portal G1

 

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