Sem dinheiro, PMs rejeitam o bico oficial

Crise atrasou pagamento das horas extras (RAS) aos policiais militares que ainda enfrentam escassez no rancho.

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Os constantes atrasos nos pagamentos das gratificações do Regime Adicional de Serviço (RAS) — bico oficial feito por policiais militares do Estado do Rio em dias de folga —, dos meses de novembro e dezembro do ano passado, provocaram uma baixa no número de inscritos no programa.

Sem o reforço no salário, alguns PMs estão voltando a fazer segurança em boates, mercados e restaurantes. O RAS servia para evitar justamente estas atividades paralelas e ao mesmo tempo acabar com déficit de policiais em determinadas áreas. “O governo me deve R$ 2.460. Agora tenho de fazer segurança em boate porque a prestação de R$ 910 do carro é descontada diretamente da minha conta”, reclama um PM.

A insatisfação da tropa levou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Edison Duarte, a informar no site oficial da corporação que o assunto foi levado ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, e à Secretaria de Fazenda.

De acordo com o ex-chefe do Estado-Maior, coronel Robson Rodrigues, a falta de PMs voluntários impedirá a ampliação do policiamento no estado. Mas não prejudicará eventos como a Olimpíada. “O Estado não poderá elaborar e aumentar a segurança porque os próprios policiais não querem mais participar do RAS. Isso acaba gerando um desequilíbrio porque existem áreas altamente policiadas, como a Zona Sul, e outras que estão com falta de policiamento. Na Olimpíada, porém, o governo poderá lançar mão do RAS compulsório (obrigatório) e convocar os policiais que julgar necessário”, explica o coronel Robson.

A falta de dinheiro afetou até o rancho (alimentação no refeitório) dos policiais. A determinação é para que PMs não comam em batalhões que não sejam o seu de origem. “Suspenderam a carne bovina e passamos duas semanas comendo frango desfiado. Muitas vezes a comida foi preparada sem extrato de tomate, só com sal é água”, lamentou outro policial militar.

Por falta de dinheiro e de comida, segundo policial lotado no Choque, o batalhão não está recebendo candidatos. Com a suspensão dos cursos, a unidade está impedida de formar soldados especialistas em controle de distúrbio e patrulhamento urbano.

O comandante Duarte, disse que “todos os esforços têm sido feitos para que não haja desabastecimento.Com o início das transferências financeiras, já houve sensível melhora e já temos outras opções nos cardápios.”

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Fonte: O Dia

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