Ministério Público cobra na Justiça medidas urgentes, para evitar inundações em bairros da região.
Moradores do bairro Camorim, na Zona Oeste do Rio, estão perdendo o sono com medo de uma barragem. A Cedae captava água por lá até 2014, só que agora relatórios da própria empresa dizem que há riscos. O Ministério Público cobra na justiça medidas urgentes. Quem mora no caminho da represa tem medo de que ela se rompa.
Moradores dizem que a sensação é de insegurança, que não vivem com medo. O morador Antônio Marcos da Silva Correia fala da preocupação de todos.
Esta é a maior concentração de casas próximas a barragem, na parte alta do bairro. Segundo a Associação de Moradores no local vivem cerca de 200 famílias, algo próximo de 500 pessoas. E os moradores disseram que o morro que se vê da parte baixa é um trecho da barragem. De lá dá para ver o espelho d’água. O medo é que se acontecer um acidente essa água desça levando tudo morro abaixo.
A preocupação dos moradores foi parar na Justiça. O Ministério Público entrou com uma ação contra a Cedae, responsável direta pela represa, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que deve fiscalizar a segurança das barragens, e o estado do Rio de Janeiro.
Em junho do ano passado, a Cedae encaminhou um relatório ao MP em que a própria companhia aponta riscos. Fotos mostram partes da estrutura da barragem que caíram.
O Ministério Público destacou um trecho na ação: “a possibilidade de ocorrência de novos deslizamentos de terra, coloca em risco a vida de transeuntes que frequentam o local, funcionários da Cedae e do parque, bem como a integridade da barragem”.
A Cedae também enviou um relatório de 2017, que apontava os mesmos problemas. Ou seja, há pelo menos dois anos a companhia já sabia das condições precárias de manutenção, conservação e segurança da represa do Camorim.
No fim da ação, o MP pede a reconstrução do muro de contenção, a elaboração de laudos para avaliar as condições de segurança da barragem e que a Cedae elabore e implemente um plano de segurança.
A Justiça ainda não analisou os pedidos do MP e solicitou mais informações ao governo do estado, já que a Cedae argumenta que não opera mais a represa.
Área turística interditada
A água da Cachoeira Véu da Noiva, no parque, segundo os moradores, vem do açude do Camorim. Mas desde dezembro os visitantes não têm acesso ao local, que foi interditado. Somente guardas do parque, funcionários da Cedae, do Inea e policias ambientais podem passar.
A placa informa que a interdição é para obras, mas os moradores dizem que nada foi feito até agora.
“Ela está lá, interditada. Botaram uma placa “proibido acesso”. Antes lá era uma área turística
A Cedae disse que até 2014 captava água do açude. Mas, por conta de proliferação de microalgas, parou de usar essa água.
Alerta de segurança
O professor da Uerj, Júlio César da Silva, engenheiro civil e geotécnico, vem acompanhando a situação da barragem do Camorim. Ele diz que a comunidade deveria ser informada sobre os riscos e como se comportar em caso de ruptura da barragem.
O Inea informou, por meio de nota, que como órgão fiscalizador está acompanhando de perto, que já realizou vistorias de campo e notificou a Cedae sobre a situação da barragem.
Também através de nota a Cedae disse que não é responsável pelas terras onde fica a represa do Camorim, não construiu a barragem e nem utilizou o açude para a captação de água. A Cedae disse que realizava a captação da água em um acesso mais abaixo, na Cachoeira Véu da Noiva.
Disse também que já interditou e sinalizou o local e que está, no momento, elaborando um projeto de engenharia para a realização de reparos emergenciais na estrutura principal da represa. Disse ainda que todas as exigências do Inea estão sendo atendidas no prazo.
Fonte: Portal G1
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