Polícia faz operação para sequestrar bens da milícia no RJ

Polícia tenta cumprir 20 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão na capital e Baixada.

A Polícia Civil do RJ tenta prender 20 suspeitos de ligação com a maior milícia em atividade no estado. Nesta quinta-feira (14), a Operação Volante também cumpre 18 mandados de busca e procura sequestrar quase R$ 5 milhões em bens da quadrilha, como imóveis em condomínios na Zona Oeste do Rio.

Um dos alvos é Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, irmão de Wellington da Silva Braga, o Ecko, herdeiro da Liga da Justiça, milícia que atua na Zona Oeste do Rio e em pontos da Baixada Fluminense. Ambos são considerados foragidos.

Até as 9h30, um suspeito havia sido preso: Márcio Gomes da Silva, conhecido como Pará. Os procurados respondem coletivamente por organização criminosa, além de outros crimes específicos para cada um  como extorsão, porte ilegal de arma, tráfico de drogas e agiotagem.

Zinho não foi encontrado em casa

Na casa de Zinho, foram apreendidas joias, dinheiro, um carro, um laptop e um aparelho celular.

Zinho já foi citado em outras investigações sobre a lavagem de dinheiro do grupo: ele é sócio da Macla Extração e Comércio de Saibro. O Ministério Público e a Polícia Civil acreditam que a empresa é utilizada para lavar o dinheiro do grupo. A sede administrativa da empresa, no Recreio, também é alvo de um mandado de busca e apreensão nesta quinta-feira.

Asfixia econômica

A polícia pretende atacar os métodos utilizados pela milícia para lavar o dinheiro adquirido com a cobrança de taxas de segurança, de compras de botijões de gás e outras taxas para luz, telefone e internet clandestina em diversas comunidades e bairros do Rio.

Segundo a polícia, o dinheiro adquirido através da cobrança dessas taxas é lavado em atividades legais, como empresas de incorporação e exploração de areia e saibro, uma das atividades mais rentáveis da milícia na Baixada Fluminense.

Quatro endereços já tiveram o sequestro decretado com autorização da Justiça. Nenhum desses imóveis, segundo a Polícia Civil, está em nome dos suspeitos. Todos eles, de acordo com as investigações, possuem imóveis incompatíveis com seus rendimentos:

uma mansão de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, no Recreio dos Bandeirantes, avaliada em R$ 1,7 milhão ;

Um sítio em Seropédica, na Baixada Fluminense, que pertence a Danilo Dias Lima, chefe da milícia que atua no município e também em parte de Nova Iguaçu, avaliado em R$ 1,3 milhão;

A casa de um policial em Campo Grande, na Zona Oeste, no bairro Rio da Prata, avaliada em R$ 1 milhão;

Um imóvel no Centro de Itaguaí, também de Danilo Dias Lima, avaliado em R$ 850 mil.

A operação conta com apoio da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas (Draco), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e Batalhão de Ações com Cães (BAC) da Polícia Militar do Rio.

Casa avaliada em R$ 1,7 milhão

A casa de Luiz Antônio da Silva Braga, que é empresário, é avaliada, segundo a Polícia Civil, em R$ 1,7 milhão. O imóvel é localizado em um condomínio no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste.

Em novembro, o Disque Denúncia aumentou para R$ 10 mil a recompensa para informações que levem à prisão de Ecko, um dos homens mais procurados do Rio de Janeiro desde 2018. Ele assumiu o comando do grupo depois da morte do irmão, Carlos, conhecido como “Carlinhos Três Pontes”, durante operação da Polícia Civil em 2017.

Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, é empresário e irmão de Ecko, líder da milícia 

O irmão de Ecko é sócio da Macla Extração e Comércio de Saibro. O Ministério Público e a Polícia Civil acreditam que a empresa é utilizada para lavar o dinheiro do grupo.
Luiz Antonio foi preso pela Draco em 2015 acompanhado por dois seguranças um deles policial militar. O empresário acabou liberado no Plantão Judiciário.

A relação entre o irmão de Ecko e a lavagem de dinheiro da milícia foi revelada na série Franquia do Crime, 2 milhões de pessoas viviam em áreas dominadas por milícias no Rio de Janeiro e na Região Metropolitana, incluindo a Baixada Fluminense e o município de São Gonçalo.

Em 29 de agosto de 2018, a Polícia Civil tentou cumprir um mandado de prisão contra Zinho em um sítio no Espírito Santo. O irmão de Ecko conseguiu fugir pela mata, mas a polícia apreendeu o celular dele, deixado no momento da fuga.

No dia 1 de fevereiro, o sigilo foi quebrado e foi divulgada a decisão da juíza Regina Celia Novais, da 1ª Vara Criminal de Santa Cruz, determinando a prisão de Ecko e mais 42 pessoas acusadas de pertencer à milícia de Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste, também com atuação em municípios da Baixada Fluminense. Herdeiro da Liga da Justiça, Ecko segue foragido.

Fonte: Portal G1

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