Renata Andreia Moura Teixeira, de 47 anos, estava foragida há mais de um ano e foi detida em Higienópolis; crime ocorreu no Complexo do Alemão em 2022.
A Polícia Civil prendeu Renata Andreia Moura Teixeira, de 47 anos, acusada de tentar destruir o cadáver de seu amante, William Wanderley Ventura do Amaral, com o uso de produtos químicos, no bairro de Higienópolis, Zona Norte do Rio de Janeiro. O crime ocorreu em novembro de 2022, em um apartamento na comunidade Nova Brasília, no Complexo do Alemão.
De acordo com as investigações, Renata utilizou uma lata de creolina e um ácido conhecido como “Diabo Verde” na tentativa de dissolver o corpo de William. O episódio chamou a atenção dos vizinhos, que sentiram o forte odor e acionaram a polícia. Na ocasião, Renata foi presa em flagrante com cartões bancários da vítima, mas foi liberada temporariamente devido à necessidade de apurar mais detalhes sobre o crime.
Em fevereiro de 2023, o juiz Paulo Roberto Sampaio Jangutta, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), aceitou a denúncia contra Renata, tornando-a ré pelos crimes de destruição, subtração e ocultação de cadáver, com pena prevista de um a três anos de prisão. Na mesma decisão, o magistrado decretou a prisão preventiva da acusada, que se tornou foragida e passou a se esconder dentro do Complexo do Alemão, dificultando sua captura pela polícia.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), Renata tentou destruir o cadáver de William, mas não conseguiu completar o crime porque o filho da vítima chegou ao apartamento durante a tentativa. Ao entrar no local, o jovem encontrou o corpo do pai coberto por um pano vermelho, já em estado de putrefação, e com sangue escorrendo.
Em depoimento à polícia, Renata confessou o crime e relatou que, no dia 30 de outubro de 2022, William passou mal após uma refeição e desmaiou. Sem saber o que fazer, ela retornou para sua casa e não informou a ninguém sobre o ocorrido. Cinco dias depois, em 5 de novembro, Renata voltou ao apartamento da vítima com a intenção de se livrar do corpo, utilizando os produtos químicos.
O juiz Paulo Jangutta considerou a ação de Renata como desumana e insensível, destacando que ela esperou vários dias para retornar ao local onde sabia que William estava morto e em decomposição. “A ré teria calculado minuciosamente a forma exata de como iria destruir o cadáver, usando os produtos ‘creolina’ e ‘diabo verde’. Denota-se, portanto, que considerando a extrema gravidade do crime, é necessário resguardar a ordem pública e impedir a prática de novos delitos”, afirmou o juiz na decisão.
Renata foi finalmente localizada e detida pelos agentes da 1ª DP (Praça Mauá) após mais de um ano como foragida. Ela foi presa pelos crimes de destruição, subtração e ocultação de cadáver, e agora aguarda os próximos passos do processo judicial.
A prisão de Renata traz um desfecho parcial a um caso que chocou a comunidade do Complexo do Alemão e gerou grande repercussão na Zona Norte do Rio. As autoridades seguem investigando o caso, enquanto a família da vítima lida com as consequências psicológicas do trágico evento.