O governador Wilson Witzel prometeu a realização de um novo concurso com a oferta de mil vagas.
A Polícia Civil do Rio tem em seu quadro efetivo, hoje, 14 mil agentes a menos do que a legislação estadual determina: ou seja, seriam necessários no estado 23.126 servidores. Atualmente, no entanto, há apenas nove mil agentes em 187 delegacias e 24 unidades periciais (institutos e postos de perícia), o que dá uma média de 42 policiais por unidade. É pouco para dar conta do atendimento à população, das investigações, das operações e dos exames periciais. Além disso, os agentes convivem com condições precárias de trabalho, como mostra o relatório elaborado pelo sindicato da categoria.
O governador Wilson Witzel prometeu a realização de um novo concurso com a oferta de mil vagas. A Secretaria estadual de Polícia Civil informou que os editais devem ser lançados até julho. Até que isso se concretize, o presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Estado do Rio (Sinpol), Fernando Bandeira, diz que os agentes estão sobrecarregados: “Estão levando a Polícia Civil do Rio a um grave sucateamento e toda sociedade perde com isso”.
Ao contrário da ótima estrutura da recém-inaugurada Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, em Belford Roxo, cuja reforma custou R$ 10 milhões, boa parte das delegacias do Rio precisam de atenção do governo. Diversas unidades têm estruturas deterioradas e precisam de obras urgentes.
Integrantes do Sinpol percorreram 40 delegacias e constataram que as unidades convivem com mofo nas paredes, portas quebradas e banheiros interditados.
Policiais têm que se desdobrar no atendimento
Bandeira conta que funcionários terceirizados auxiliavam os policiais no atendimento à população e na limpeza dos prédios. “Antigamente, estagiários de Psicologia e Assistência Social ajudavam no primeiro atendimento e encaminhavam as pessoas para o policial fazer o registro da ocorrência. Agora, os agentes precisam atender o cidadão no balcão e ainda cuidar da limpeza e da manutenção”, afirmou.
A responsável pelos funcionários terceirizados era a Prol Central de Serviços Ltda. A Polícia Civil rompeu o contrato com a empresa em 2016, aplicou multas por descumprimentos legais, e a mesma ficou impedida de participar de licitações com o estado por um ano e meio. Pelo menos três contratos chegavam ao total de R$ 712 mil. “(Por falta de pessoal) Os policiais improvisaram cães de guarda em algumas delegacias, caso da 79ª DP (Niterói), que tem o Jujuba para fazer a recepção”, disse Bandeira.
Não há informação sobre recursos para obras
O orçamento total da Polícia Civil previsto para este ano é de R$ 1,8 milhão. O órgão, porém, não informou quanto desse montante seria destinado a obras estruturais e reparos nas delegacias. O secretário da pasta, Marcus Vinícius Braga, e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT), se reuniram no último dia 15, e a Alerj se comprometeu a investir R$ 10 milhões na recuperação de algumas unidades do Instituto Médico Legal do Centro, Campo Grande, Duque de Caxias e Nova Iguaçu, além de obras para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli.
A secretaria da Polícia Civil informou, por meio da assessoria que “ainda serão realizados os projetos para levantamento de valores necessários à reforma dos institutos e postos de perícia. Só então será possível informar o total que será destinado a cada unidade”.
Fonte: Jornal Extra
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