Investigações da Polícia Civil revelam que a facção movimentou cerca de R$ 67 milhões em dois anos.
Uma facção criminosa que surgiu há mais de uma década nos presídios do Rio de Janeiro, conhecida como Povo de Israel (PVI), já conta com cerca de 18 mil detentos, representando 42% dos presos no estado, segundo relatórios de inteligência da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap). O grupo, especializado em golpes de falso sequestro, já supera, em número de integrantes, as facções Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro.
As atividades ilícitas da facção incluem a entrada de drogas e celulares nas penitenciárias, com casos sendo descobertos em inspeções. Em agosto de 2023, um agente penitenciário do Presídio Nelson Hungria percebeu algo suspeito durante a revista de itens na unidade e, ao fiscalizar as quentinhas enviadas aos presos, encontrou 20 kg de drogas, 71 celulares e outros materiais proibidos. O motorista da van confessou que o material havia sido recolhido de um caminhão que distribui refeições.
Investigações da Polícia Civil revelam que a facção movimentou cerca de R$ 67 milhões em dois anos, principalmente através de golpes telefônicos e extorsão de comerciantes. O lucro é dividido entre o “empresário” que fornece o celular, o “ladrão” que executa o golpe, o “laranja” que recebe o dinheiro, e o caixa da facção.
A Seap informou que ações para combater as atividades do grupo foram intensificadas, e alguns servidores envolvidos estão sob investigação disciplinar. A empresa fornecedora de alimentação foi descartada como participante nos esquemas de contrabando.