A ação da PF aconteceu a partir de uma denúncia anônima.
A Polícia Federal informou ter desmontado nesta quinta-feira um cassino que funcionava dentro de um camarote na Sapucaí. A PF informou, por meio de nota, que foram apreendidas no local seis máquinas caça-níquéis que “supostamente indicam que o ambiente estaria sendo utilizado para jogos clandestinos”. No entanto, o sócio-diretor da Incentivo Brasil, Alexis de Vaulx, responsável pelo camarote Mais Brasil, afirmou que não foram feitas apostas envolvendo dinheiro no espaço e que a Superintendência da PF foi comunicada previamente sobre o projeto.
A ação da PF aconteceu a partir de uma denúncia anônima e as investigações ficarão a cargo da Delegacia de Polícia Fazendária desta Superintendência. As máquinas apreendidas estavam em um ambiente com mais de 200m², todo decorado com o tema de cassino, no camarote que ocupa o setor 5 da Avenida.
De acordo com Alexis, os clientes recebiam fichas para brincar nas máquinas e nas mesas de jogos como poker e black jack, que eram comandadas por 18 crupiês. A estrutura foi montada pela empresa Casino Experience.
Nosso projeto oferece um cassino na Sapucaí estritamente lúdico e recreativo, sem envolvimento nenhum de dinheiro. Contratamos a empresa Casino Experience, a mesma que montou o cassino do Bar Brahma no carnaval de São Paulo. Não é uma atividade ilícita porque não tem dinheiro nenhum envolvido justamente para atender à legislação. Você simplesmente brinca na frente de uma tela apertando um botão diz o empresário.

Ainda segundo o sócio-diretor, algumas máquinas foram apreendidas para terem a documentação verificada.
Eles levaram quatro máquinas para averiguar a documentação. Querem verificar as guias de importação da Casino Experience explica.
Para Daniel Raizman, advogado e professor de direito penal e criminologia da Universidade Federal Fluminense, o fato de um cenário reproduzir um cassino, com máquinas funcionando sem premiação em dinheiro, não constitui crime.
Se é algo que simula e não se joga por dinheiro não é crime. Entendo que para ser ilícito tem que ser algo que joga por dinheiro. Se só simula ( o funcionamento) é como se fosse um vídeo game, por exemplo. Sem premiação, sem se jogar por dinheiro não é crime diz o advogado.
Da mesma opinião partilha o advogado criminalista Renato Tonini.
O que caracteriza o jogo ilegal é o dinheiro. Se é simulação não é crime. É a mesma coisa de um jogo eletrônico que simula sem premiação em dinheiro. O que pode ser verificado é se algum componente da máquina é contrabandeado ou não. A rigor não faz sentido e não é crime afirma o advogado criminal.

A empresa Casino Experience, responsável pela montagem do cassino no camarote Mais Brasil, existe há sete anos e já realizou mais de dois mil eventos em todo o Brasil. Na seção de fotos da página da empresa na internet, é possível ver eventos que tiveram a participação de famosos como Rogério Flausino, Naldo, Ingrid Guimarães e os cantores sertanejo Luciano (dupla de Zezé Di Camargo) e Sorocaba (parceiro de Fernando).
Já fizemos mais de dois mil eventos levando esse entretenimento Brasil afora. É muito diferente do jogo de azar, que é proibido no país. Em sete anos, nunca ocorreu isso (a ação da PF) diz o gestor da Casino Experience, Maurício Costa.
De acordo com Costa, os agentes da PF não apresentaram mandado de busca e apreensão para retirar as máquinas do camarote:
Não foi apresentado absolutamente nada. Foi alegado que havia uma denúncia anônima e, como eles não tinham capacidade técnica para identificar se a máquina estava preparada para o jogo ou não, iriam averiguar a procedência das máquinas. Informaram que o técnico tem até 60 dias para fazer o laudo.
A assessoria de imprensa da PF não foi encontrada para se posicionar sobre as informações fornecidas pelo camarote Mais Brasil e da empresa Casino Experience.
Fonte: Jornal Extra
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