O pontífice defendeu que a comunidade gay deve ser respeitada e não julgada pelos católicos.
O papa Francisco reiterou seu apoio à causa homossexual neste domingo, ao afirmar que a Igreja Católica e seus fiéis devem pedir perdão à comunidade gay pela forma como as pessoas tratadas ao longo da história. Em conversa com jornalistas no voo de volta da Armênia, o pontífice foi questionado sobre o massacre à boate Pulse, em Orlando, e lembrou que, segundo o catecismo, homossexuais “não devem ser discriminados, mas respeitados e acompanhados no plano pastoral”.
“Eu acho que a Igreja não deveria pedir desculpas apenas à uma pessoa gay que tenha ofendido, mas também aos pobres, às mulheres que foram exploradas e às crianças que foram forçadas a trabalhar”, comentou. “A Igreja deve se desculpar por ter abençoado tantas armas”, declarou Francisco, sem esclarecer o que quis dizer com essa colocação. O pontífice tem sido aclamado por parte da comunidade gay por ser o papa mais aberto em relação aos homossexuais na história recente, porém, é criticado pelos setores mais conservadores da Igreja Católica por quebrar alguns paradigmas em relação à sexualidade.
“A questão é: se uma pessoa tem essa condição, tem boa vontade e olha para Deus, quem somos nós para julgar?”, explicou Francisco aos repórteres. Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, o papa usou o termo “condição” como sinônimo para “uma pessoa nesta situação”, não em um contexto de “condição médica”.
Brexit – A saída do Reino Unido da União Europeia, decidida pelos britânicos na semana passada, foi um dos assuntos comentados pelo papa durante a viagem. O pontífice alertou sobre o risco de uma “balcanização” da Europa, através de um processo violento de fragmentação entre os membros do bloco. “O passo que a Europa deve dar é de criatividade e de desunião saudável, ou seja, dar mais independência e mais liberdade aos países da UE”, recomendou.