Luiz Carlos Bezerra foi libertado com alvará de processo por porte ilegal de armas.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, ordenou na tarde desta quinta-feira que Luiz Carlos Bezerra, considerado pelo Ministério Público Federal como um dos operadores financeiros do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, seja “imediatamente recolhido à prisão”. Bezerra, que estava no Complexo Penitenciário de Bangu, foi solto por engano, graças a um alvará concedido pela 3ª Vara Federal, num processo em que responde por porte ilegal de armas. No dia em que foi detido por policiais federais, na Operação Calicute, foram encontrados dois revólveres em situação irregular na casa dele.
Em seu despacho, o juiz Marcelo Bretas ressaltou a ocorrência de “grave erro material” durante o cumprimento do alvará de soltura, “quando foi desconsiderada a prisão preventiva anteriormente ordenada por este Juízo”.
Assim que voltar para o Complexo de Bangu, Luiz Carlos Bezerra terá de ficar separado dos outros presos na Operação Calicute:
“Que seja recolhido em local que não lhe permita o contato com os demais presos desta operação, tendo em vista que durante o período em que esteve em liberdade pode ter obtido informações que, se compartilhadas, podem acarretar prejuízo às investigações”, determinou o juiz.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou em nota que recebeu o alvará de soltura com a averiguação de mandados de prisão em que não constava nenhuma pendência.
Bezerra é amigo de infância de Cabral e ocupou cargo na Secretaria de Casa Civil do governo e no gabinete da presidência da Assembleia Legislativa, quando era comandada pelo deputado Paulo Melo (PMDB). Ele era o responsável pelo pagamento de despesas pessoais do ex-governador e até de seus familiares, como, por exemplo, a fatura com a empresa de cachorro-quente do filho de Cabral.
Também nesta quinta-feira, os advogados do operador Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, o Carlinhos, do ex-assessor de Cabral Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves, e do ex-secretário de Obras Hudson Braga, presos da Operação Calicute, entraram com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal — 2ª Região (TRF-2). O pedido está nas mãos do desembargador Abel Gomes.