Operação busca prender 17 envolvidos em exploração imobiliária clandestina na Muzema

Foram denunciadas à Justiça 27 pessoas por envolvimento em organização criminosa e outros delitos.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) realiza, na manhã desta terça-feira, operação para cumprir 17 mandados de prisão preventiva e outros de busca e apreensão na Operação Muzema. Foram denunciadas à Justiça 27 pessoas por envolvimento em organização criminosa e outros delitos relacionados à exploração imobiliária clandestina na região da Muzema e adjacências, dentre as quais a ocupação, loteamento, construção, venda, locação e financiamento ilegais de imóveis, além de ligações clandestinas de água e energia elétrica e corrupção de agentes públicos. Em abril deste ano, dois edifícios da comunidade desabaram, deixando 24 mortos.

Expedidos pela 33ª Vara Criminal, seis mandados de prisão já foram cumpridos. Entre os presos, estão Bruno Pupe Cancella e Leonardo Igrejas Esteves Borges. As investigações apuraram que Bruno teria movimentado R$ 24,9 milhões nos últimos quatro anos. Ele foi preso em casa, um apartamento no bairro do Anil, em Jacarepaguá.

Leonardo Igrejas já estava sendo procurado. Ele atuaria na movimentação de dinheiro para construções irregulares. Igrejas foi preso no apartamento na Avenida Lúcio Costa em frente à Praia da Barra da Tijuca. Envolvidos na ocupação irregular, venda e comercialização dos imóveis, Antonio de Brito Machado e Thiago de Farias Martins são outros alvos da operação. Eles estão envolvidos na ocupação irregular, venda e comercialização dos imóveis.

As investigações apuraram não só a prática de crimes ambientais, como a supressão de vegetação especialmente protegida (bioma Mata Atlântica), dano ambiental em área circundante de unidade de conservação e extração clandestina de recursos minerais, como outros delitos correlacionados, notadamente organização criminosa, parcelamento do solo urbano, corrupção, furtos, dentre outros.

No pedido de prisão, os promotores destacam a intensidade com que os denunciados degradam a ordem urbanístico-ambiental, fazendo da prática delituosa seu meio de vida, inclusive com o auxílio de pessoas jurídicas. A denúncia destaca ainda que os criminosos colocam em risco a segurança de pessoas que adquirem imóveis que não oferecem o mínimo de qualidade construtiva para seus habitantes e causam graves danos ao meio ambiente.

Segundo o MPRJ, os empreendimentos imobiliários exploram o déficit habitacional urbano, servindo como fonte ilícita de riqueza para poucos, em detrimento de toda a coletividade, que sofre com o crescimento urbano desordenado e sem equipamentos básicos de infraestrutura. Segundo apurado nas investigações, edificações de grande porte comercias e residenciais multifamiliares são erguidas à revelia do poder público, inclusive com a utilização de maquinário pesado, como caminhões, escavadeiras e contêineres, sendo certo que a atuação dos órgãos fiscalizadores municipais não impede a construção clandestina das unidades, ou mesmo a demolição em sede administrativa ou judicial, colocando, assim, a população em risco.

“A organização criminosa dirige sua atividade para a edificação de prédios destinados à habitação de milhares de pessoas, sem qualquer espécie de controle ou garantia acerca da higidez das obras e construções. Nesta toada, vale lembrar a tragédia ocorrida em 12 de abril de 2019, no qual dois edifícios irregulares desmoronaram na região, levando abaixo 24 vidas em seus escombros”, indica a denúncia do Ministério Público.

A operação é realizada por meio do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema/MPRJ) e com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).O cumprimento dos mandados conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).

Fonte: Jornal Extra

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