A inteligência artificial que conversa connosco.
Em 30 de novembro passado, enquanto o mundo começava a entrar no clima de fim de ano e tinha os olhos mais voltados para a Copa do Catar, estreava um programa que logo foi considerado um passo adiante no progresso da inteligência artificial: o ChatGPT.
Mas as consequências para a humanidade de seu uso em larga escala ainda precisam ser totalmente compreendidas.
O salto evolutivo desse novo sistema está no poder de gerar conteúdo de forma bastante coerente e também por conseguir “soar mais humano”.
Apesar de erros e falhas ainda existentes, a capacidade já demonstrada pelo programa e seu potencial de se desenvolver ainda mais a longo prazo vem provocando não só admiração, mas também alguns temores.
Basta observar a quantidade de análises que associam o ChatGPT à palavra “ameaça”. Muitos acham que o programa parece convincente demais ao mimetizar o discurso de um ser humano e anteveem problemas.
São questionamentos sobre a possibilidade de forte ruptura em áreas como criatividade, aprendizado e educação, trabalho, segurança digital e a própria democracia, como afirmou um artigo recente no jornal The New York Times.
Segundo os autores, o que antes era uma pessoa expressando sua opinião política agora pode ser apenas um robô que gera artificialmente um argumento.
O que é o programa?
O ChatGPT é, basicamente, um robô virtual (chatbot) que responde a perguntas variadas, realiza tarefas por escrito, conversa de maneira fluida e inclusive dá conselhos sobre problemas pessoais (embora haja a advertência de que não possui esse objetivo e que as orientações passadas são genéricas. Mas ele quase sempre atende o usuário em busca de aconselhamento).
As possibilidades de geração de conteúdo são imensas.
Ele pode, por exemplo, ensinar a preparar um estrogonofe e com um toque diferente na receita, se você especificar, dar dicas para conseguir uma vaga de trabalho, escrever poesia, trabalhos acadêmicos ou um modelo de procuração judicial e também redigir uma carta de reconciliação para um amigo de quem você se distanciou.