Milícia da Zona Oeste do Rio avança para municípios da Baixada

Só numa das quatro folhas apreendidas, constava o movimento mensal de R$ 4 mil com as cobranças.

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A maior milícia do Rio está em fase de expansão. Investigações da Polícia Civil revelam que homens ligados a Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, principal nome do grupo paramilitar da Zona Oeste ainda em liberdade, invadiram bairros dos municípios de Itaguaí e Seropédica, na Baixada Fluminense.

A invasão ocorreu entre janeiro e setembro de 2015 e deixou um rastro de mortes. A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investiga todos os casos, não revelou detalhes dos crimes, mas admitiu que parte dos assassinatos nos dois municípios pode estar ligada a uma disputa de território travada por milicianos e traficantes.

contabilidade

As investigações revelam que o interesse do grupo paramilitar nas duas cidades é econômico. Em Seropédica e nos bairros de Chaperó, Brisamar e Carvão, em Itaguaí, os milicianos já exploram negócios ligados a terraplanagem, venda de sinal clandestino de TV a cabo, cobrança de taxa de segurança e exploração do transporte alternativo.

Em 30 de dezembro do ano passado, a polícia teve a confirmação da atuação da milícia em Seropédica. Na ocasião, PMs do 24º BPM (Queimados) prenderam dois homens no Centro de Seropédica com parte da contabilidade do grupo. O documento tinha anotações referentes a taxas semanais que eram cobradas de alguns dos comerciantes da cidade.

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Entre os que foram alvo de extorsão, estão donos de padarias, lojas de material de construção, farmácias, salões de beleza e até vendedores de churrasquinho no palito. As taxas variavam entre R$ 20 e R$ 70. Só numa das quatro folhas apreendidas, constava o movimento mensal de R$ 4 mil com as cobranças.

Com os presos, foram encontrados ainda um carro clonado e uma pistola.

O caso foi registrado na 48ª DP (Seropédica). Uma parte do material foi anexada a um inquérito da DHBF que apura assassinatos em Seropédica e Itaguaí.

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Percentual na arrecadação

Segundo o delegado Giniton Lages, da DHBF, Carlinhos Três Pontes entregou a exploração dos negócios da milícia a homens que moram nos dois municípios. A polícia ainda tenta identificar todo grupo, mas já sabe que Três Pontes recebe um percentual de tudo que é arrecadado pelo pessoal “terceirizado”.

— Já está confirmada a atuação da milícia em Itaguaí e Seropédica. Funciona como uma espécie de filial do grupo da Zona Oeste que é chefiado pelo Carlinhos Três Pontes — explica o delegado.

Três Pontes é homem de confiança do ex-PM Toni Angelo de Souza Aguiar, o Toni. Atualmente detido em um presídio federal fora do Rio, Toni encarregou Três Pontes de administrar os negócios da milícia da Zona Oeste. Carlos Alexandre da Silva Braga está com a prisão decretada pela Justiça. O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece uma recompensa de mil reais por informações que levem até a prisão do bandido.

Entre os assassinatos sob suspeita de autoria de milicianos, em Itaguaí, estão as mortes de sete pessoas, no bairro Brisamar. As mortes aconteceram entre os dias 11 e 12 de abril de 2015, numa batalha que durou sete horas, e teria envolvido homens ligados a milícia e traficantes.

Entre as vítimas, está um estudante de 18 anos, morto pelos milicianos ao ser confundido com um traficante. Segundo a polícia, ele não tinha histórico de envolvimento em crimes e frequentava igrejas evangélicas.

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Rastro de violência

Alguns mortos pelo grupo paramilitar identificados pela polícia são Leonardo Aleixo de Almeida e o irmão dele, Fabiano Aleixo de Almeida, além de Alex Souza Moura e Charles Pires Bezerra Oliveira Castro. Os quatro foram executados com tiros de fuzil e os seus corpos foram abandonados na localidade de Chaperó, um dos redutos da milícia em Itaguaí.

A polícia investiga se a maior milícia do Rio está envolvida numa disputa interna. A guerra travada por poder e dinheiro deixou de lados opostos antigos aliados. São eles : Ricardo Teixeira da Silva Cruz, o Batman, e Toni Angelo de Souza Aguiar, o Toni.

Investigações revelam que a briga começou após o ex-PM Marcos José Lima Gomes, o Gão, ser preso, em agosto de 2015 , com R$ 37 mil, munição e joias. Segundo a polícia, Gão era o encarregado de recolher o dinheiro arrecadado com os negócios explorados pela milícia na Zona Oeste. A estimativa é a de que o valor arrecadado chegue a R$ 1 milhão por mês. Para o lugar de Gão, Toni e Batman e escolheram nomes diferentes , dando início a uma guerra.

Entre as vítimas da disputa está Ricardo Gildes de Souza, conhecido como Dentuço. Escolhido por Batman para comandar os negócios da milícia, ele foi sequestrado por homens armados de fuzis, que seguiriam ordens de Toni. Seu corpo nunca foi encontrado. A polícia investiga se Carlinhos Três Pontes comandou o sequestro de Dentuço.

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Fonte: Extra

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