No total, nove carros foram incendiados.
Homens em motos passaram ateando fogo em seis carros estacionados na Tijuca. Os ataques aconteceram entre as 22h desta segunda feira e 1h de terça-feira. Na Rua Dezoito de Outubro, quatro carros foram incendiados. A via dá acesso ao Morro da Formiga. Outros dois veículos queimados estavam na Rua Guajaratuba e um na Mário de Alencar. A Polícia Militar não soube informar o motivo da ação dos criminosos. Segundo a PM, ninguém ficou ferido e o incêndio foi controlado pelos bombeiros. No total, nove carros foram incendiados.
Dona de um Renault Clio incendiado na Rua Dezoito de Outubro, a funcionária pública Ana Luiza Diniz ficou chocada e sem entender o motivo da violência.
— Estou em estado de choque, sem saber o que fazer. Questionei aos policiais se eles saberiam o motivo desse ataque, mas não me responderam. Alguma coisa está acontecendo na cidade. Isso não é normal aqui na rua. Não foi um assalto, não foi nada assim. É uma violência gratuita — disse.
Ana Luiza pagou a última das 19 prestações do carro em junho e disse estar agora apreensiva para saber se o seguro vai pagar o prejuízo. Ela contou que ficou sabendo que o carro estava pegando fogo pelo WhatsApp.
— Meu irmão recebeu uma mensagem com fotos no WhatsApp, não sei de quem, mostrando carros incendiados na rua. Aí ele disse: Ana, vai lá porque acho que é o seu carro — contou.
O técnico em informática Antônio Henriques mora numa casa bem em frente de onde dois veículos foram incendiados, na Rua Dezoito de Outubro. O carro dele estava logo atrás de um deles. O calor das chamas chegou a rachar o vidro da janela de sua casa.
— Ouvi alguns barulhos, como se fossem explosões e corri para a janela da sala. Quando vi, a casa estava toda laranja, por causa da luz do fogo na rua. Minha primeira reação foi pegar a chave e correr para tirar meu carro da rua. Fiquei dando voltas pelo bairro, procurando um estacionamento privado e percebi que as ruas estavam todas desertas — diz.
Henriques afirma que nunca tinha visto violência tão sem justificativa nos seis anos em que mora no local e classificou o ataque como terrorista.
— Antes de ter UPP no Morro da Formiga, aqui era uma rua mais violenta, mas depois melhorou bastante. Agora, nem antes da UPP eu tinha visto um ataque como esse. Isso pra mim é terrorismo.
O advogado Adelson Ferreira, morador da rua, viu os carros pegando fogo e também ficou incrédulo com o ataque. Ele se disse preocupado com a população da cidade durante os Jogos Olímpicos.
— A segurança para a Olimpíada está concentrada nas áreas que vão receber jogos, mas o restante da cidade está à mercê dos criminosos — afirmou.