Solidário a desempregados de Macaé, Dr. Aluizio abre mão de receber os vencimentos.
Prefeito da antes próspera Macaé, conhecida como a capital nacional do petróleo, Aluizio dos Santos Júnior (PMDB), o Dr. Aluizio, surpreendeu a população ontem ao anunciar, na Câmara de Vereadores, a decisão de renunciar ao próprio salário, em torno de R$ 17 mil por mês. O gesto, justificou ele, é em solidariedade aos “milhares de desempregados pela crise que assola o país e a cidade.”
Dr Aluizio ainda sugeriu que o vice-prefeito, o presidente da Câmara e vereadores fizessem o mesmo, revertendo os valores aos cofres públicos. Hoje, a Câmara da cidade tem o maior custo-gabinete, cerca de R$ 2 milhões — são 17 vereadores, com custo total de R$ 34 milhões.
“Estamos vivendo um índice de desemprego que Macaé nunca viveu. A cidade perdeu este ano cerca de 9 mil postos de trabalho. Estamos negociando com empresas de petróleo inclusive para oferecer isenção de IPTU. É muito ruim ver tudo acontecendo e não tomar atitude que não seja concreta”, diz o prefeito, que é medico neurocirurgião e pretende sobreviver da renda de seu consultório.
O cientista político Paulo Baía vê a medida com cautela.“A atitude só será revestida de um bom simbolismo se vier acompanhada de atos de gestão concretos, como, por exemplo, redução de verbas de representação para o exercício do cargo, cortes de custos de gabinete e austeridade fiscal”, disse. “O Legislativo tem que dar o exemplo, cortando custos no seu dia a dia. Se isso não for feito, a atitude de abrir mão dos salários passa como falsidade e jogo de cena para a plateia em um momento de grave crise na arrecadação de Macaé”, afirmou.
Dr. Aluizio calcula fechar o ano com orçamento de R$ 1,8 bilhão, um déficit de quase R$ 500 milhões por conta da queda de 30% nos repasses dos royalties do petróleo. A exemplo de outros prefeitos do estado, ele já havia reduzido o próprio salário e o do vice em 20% e adotado medidas como a diminuição dos salários dos servidores comissionados, uma reforma administrativa que reduziu o número de secretarias de 62 para 25 e a suspensão das incorporações (economia prevista de R$ 60 milhões/ano). Também reduziu linhas de telefonia celular institucional, além de devolver automóveis e prédios alugados e reduzir em 20% dos contratos de prestação de serviços terceirizados pela prefeitura.
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