Dólar atinge cotação recorde desde Plano Real em 1994

Governo Dilma é a responsável pelos desajustes da economia.

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Na quinta-feira, dia seguinte à decisão do Banco Central (BC) de manter a taxa básica de juros inalterada em 14,25% ao ano, o dólar comercial fechou na maior cotação nominal registrada desde a criação do Plano Real, em 1994. A moeda americana avançou 1,51% contra o real, a R$ 4,166 para venda, um recorde para valores de fechamento. O recorde anterior era dos R$ 4,145 registrados em 23 de setembro.

Um dia após o Banco Central (BC) optar por manter estável a taxa básica de juros, em 14,25%, o dólar comercial subiu com força, tendo chegado a R$ 4,17. O câmbio turismo acompanhou o movimento. No fechamento, a divisa americana em espécie foi encontrada em casas de câmbio no Rio com valor entre R$ 4,25 e R$ 4,44, já com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 0,38%. No cartão pré-pago, sobre o qual incide IOF de 6,38%, a moeda era vendida entre R$ 4,47 e R$ 4,70. Já o euro ultrapassava a taxa dos R$ 5 no plástico e chegava a R$ 4,83 no papel.

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O real foi a segunda moeda que mais perde força frente ao dólar hoje entre as 31 principais divisas do mundo — só perde para o rublo, que recuou 1,58% com os investidores retirando capital da Rússia por causa da queda contínua do preço do petróleo. Globalmente, o dólar opera praticamente estável contra uma cesta de dez moedas, avançando apenas 0,09% segundo o índice Dollar Spot, da Bloomberg.

O pouco que ainda restava de credibilidade do BC foi embora, ficou bem abalada. O BC não teve capacidade de coordenar as expectativas sobre suas decisões. Ele vinha conduzindo as expectativas para um novo ciclo de aperto dos juros, ainda que pequeno, com base na deterioração da inflação. Só que, no curtíssimo prazo, o BC deu um verdadeiro cavalo de pau. Ele fugiu do ritual tradicional do BC — criticou Rogério Freitas, sócio na Teórica Investimentos. — O problema é que se ele não usa o remédio agora, depois vai ter que usar em uma dosagem muito mais forte contra a inflação. Por isso, ocorre agora uma desancoragem das expectativas de inflação futura, ao longo de 2016 até 2018. O pessoal está esperando mais inflação. O BC se mostrou mais preocupado com o crescimento do que com as expetativas de inflação.

Os riscos são que as expectativas para a inflação piorem muito até 2018. E sabemos que inflação alta é muito ruim para a atividade econômica. No fundo, a decisão é só um sintoma de algo muito maior. O governo está voltando a implementar a política do primeiro mandato, mais heterodoxa, de política monetária frouxa e crédito subsidiado.

DilAlém da polêmica nota divulgada por Tombini, a notícia de que ele participado de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff (negada oficialmente pela autoridade monetária) deu mais uma vez a ideia de influência do Palácio do Planalto no trabalho do Banco Central.

TombiniAs críticas a Tombini não são relacionadas apenas à comunicação. Ele tem sido acusado de ceder às pressões políticas. Esperou passar as eleições para volta a subir juros no país em 2014. Agora, tomou uma decisão que agrada o PT. O presidente da legenda, Rui Falcão, afirmou durante reunião do diretório que o momento era de dar um basta na alta dos juros e, consequentemente, na queda dos investimentos. No mesmo discurso, entretanto, ele pediu o controle da inflação.

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