Deputado Federal Miranda diz que Planalto sabia de indícios de corrupção e mostra provas

Acionar a PF é tentativa de calar testemunhas e indica que Bolsonaro não fez nada após alerta sobre Covaxin, diz deputado.

O deputado federal Luis Miranda (DEM/DF) apresentará, em sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 desta sexta-feira (25/6), uma série de informações que seriam “provas contundentes” de corrupção envolvendo contratos do Ministério da Saúde com a compra da Covaxin, vacina do laboratório Bharat Biotech e representada no Brasil pela Precisa Medicamento.

A alta cúpula da pasta da saúde pressionou pela celeridade na liberação da importação e que o presidente Jair Bolsonaro foi alertado sobre os indícios de crime.

As revelações de Miranda ocorrem após o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, ser alvo de inquérito no Ministério Público Federal (MPU) e ter prestado depoimento à Procuradoria da República do Distrito Federal, afirmando que havia “pressões anormais”por parte da alta cúpula da Saúde em relação ao contrato envolvendo a Covaxin. Ricardo é técnico do Ministério da Saúde e caiu nas mãos dele a licença de importação da vacina indiana, a partir de um documento que levantou suspeitas do servidor.

Entre as figuras que exerceram pressão direta ao servidor, o deputado cita o ex-secretário-executivo Élcio Franco e o coronel Marcelo Pires, que chefiou a Diretoria de Programas do ministério de janeiro a abril, sendo exonerado com a chegada do atual ministro, Marcelo Queiroga.

Miranda defende, ainda, que trouxe o caso a público em razão de o irmão ter sido envolvido em investigações e que já tinha em mãos os indícios desde março. “Meu irmão é um servidor público de carreira, garoto exemplar que chegou a chefia por meritocracia”, disse, completando que Ricardo “não é denunciante qualquer, é o cara que pegou uma tentativa de corrupção dentro do Ministério da Saúde“.

Governo rebate

Em tom de ameaça, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência do Brasil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o governo federal determinou a abertura, pela Polícia Federal, de uma investigação das declarações dos irmãos Miranda. Disse que o servidor seria investigado por prevaricação, pelas declarações à PRDF e se dirigiu ao deputado, indicando que o parlamentar iria pagar pelas declarações feitas mais cedo. “Deputado Luis Miranda, Deus tá vendo. O senhor não vai se entender só com Deus, não, vai se entender com a gente. O senhor vai explicar e pagar pela má-fé”, completou.

Pelas redes sociais, o parlamentar rebateu. “Sexta-feira o Brasil saberá a verdade e os documentos falam por si só… se ficarmos calados, já será suficiente para todos os brasileiros se revoltarem e ainda entenderem quem está atrasando o Brasil”.

Compra da Covaxin vira principal alvo de CPI

O deputado disse que o governo faz uma tentativa desesperada de calar testemunhas ao acionar a Polícia Federal para investigar ele e seu irmão Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, por declarações sobre possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.

Para o parlamentar, o anúncio feito pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, sobre o pedido de apuração ainda mostra que o presidente Jair Bolsonaro “não fez nada” após ser alertado.

“A fala dá a entender que o presidente não fez nada. Nem avisou a Polícia Federal [sobre os alertas]”, disse o deputado a Imprensa nesta quarta-feira (23).


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