Oitiva da Polícia Federal com Alberto Youssef revela que doleiro teve 15 dias monitorados por grampo ilegal
Depoimento de 16 páginas prestado pelo doleiro Alberto Youssef na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo revela que o agente Dalmey Werlang teria assumido a autoria da instalação do grampo clandestino na cela do doleiro
O agente, segundo as perguntas da PF a Youssef, apontou os delegados Igor Romário, Márcio Anselmo e Rosalvo Franco, que atuavam na Lava-Jato naquele período, como os mandantes da ação clandestina.
A PF também revela nas perguntas que a primeira sindicância realizada para investigar a colocação do grampo na cela do doleiro foi forjada para não apontar que a escuta estava ativa.
“O depoente sabe que essa nova sindicância apurou que a primeira sindicância sobre escuta foi falsa, pois o aparelho não foi colocado para ouvir Fernandinho Beira-Mar (versão oficial propagada pela Lava-Jato na ocasião), não estava desativado quando o depoente o encontrou e captou mais de 15 dias ininterruptos de conversa do depoente e de seus companheiros na cela?”, questionou a PF a Youssef.
“Tinha certeza que a escuta foi colocada lá e que estava ativa, mas não teve acesso a gravações nem conhecimento do resultado da sindicância. Tinha certeza que a primeira sindicância foi feita ‘para inglês ver’”, diz Youssef.
O doleiro foi questionado se tinha conhecimento de que a escuta instalada na cela era clandestina. Youssef diz que um de seus advogados foi até o então juiz Sergio Moro para confirmar se o aparelho havia sido instalado com autorização judicial e que Moro negou a ordem.
Fonte: Revista Veja