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Denúncia: Detran o maior curral eleitoral do Estado RJ na mira do MPF

Deputados presos por corrupção lotearam os postos do Detran de 20 cidades.

Os dez deputados presos na quinta-feira na Operação Furna da Onça, acusados de terem recebido propina em troca de apoio ao governo, lotearam postos do Detran em 20 municípios do Estado do Rio, incluindo a capital, segundo as investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

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Nessas cidades, ficam 139 unidades onde são feitos serviços de habilitação, identificação civil e vistoria. O número representa 32% de um total de 434 postos. Com um histórico de corrupção, o Detran se tornou uma espécie de “galinha dos ovos de ouro” de um estado em crise, com nove mil funcionários e um faturamento de R$ 1,52 bilhão no ano passado. Segundo matéria vinculada no Jornal Extra de 10/11.

Investigações revelam que os acusados e presos na ‘Operação Furna da Onça,’ foram mais votados na região onde os postos estavam sob o seu domínio.

Os cargos eram oferecidos aos deputados em troca de apoio político, de acordo com a região de influência de cada parlamentar. Tanto que a investigação descobriu que os acusados foram mais votados na região onde os postos estavam sob o seu domínio.O deputado Chiquinho da Mangueira (PSC), um dos presos anteontem, tinha 74 cargos nos postos que ficam em seu reduto eleitoral: Benfica, Mangueira e Vila Isabel. Paulo Melo, preso há quase um ano, concentrava suas indicações justamente em Saquarema, seu principal nicho. Conversas telefônicas interceptadas pela PF mostram que o respeito a essa divisão era uma regra rígida.

Cabia ao deputado Jorge Picciani (MDB), que está preso há um ano, a maior fatia do bolo, com indicações a cargos em postos em mais cidades: Nova Iguaçu, Queimados, Belford Roxo, São João de Meriti, Teresópolis e Três Rios. Em planilhas encontradas no notebook do deputado Edson Albertassi, então líder do MDB na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e um dos supostos beneficiados no esquema, o MPF descobriu o número de cargos disponíveis para cada parlamentar.

Na ação da PF de anteontem, 22 pessoas foram presas, entre elas sete deputados estaduais e um vereador.

Outros três deputados também tiveram a prisão decretada, mas já estavam na cadeia. Também foram alvos da operação o ex-presidente do Detran Vinícius Farah e o então presidente do Detran, Leonardo Silva Jacob, exonerado ontem pelo governador Luiz Fernando Pezão. O reflexo foi imediato para quem precisa do Detran. A emissão de certificados de veículos, identidade civil e da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que precisam da assinatura eletrônica do presidente do órgão precisou ser suspensa.

O MPF vem fazendo uma verdadeira revolução nos bastidores da corrupção, enviando para a cadeia políticos comprometidos com esquemas irregulares. O DETRAN, órgão estadual, a tempos se comporta como uma espécie de QG de políticos corruptos, os 92 municípios do Rio de Janeiro, através de convênios firmados entre prefeituras e o Detran, Detro e outros órgãos fiscalizadores do estado, funcionam como caixa de arrecadação para o “Estado,” multando, apreendendo veículos, alimentando esquemas de corrupção e maltratando a população já tão explorada do Rio de janeiro.

Witzel vai tentar reaver dinheiro

O governador eleito Wilson Witzel (PSC) afirmou que o Estado vai recorrer à Justiça para recuperar a fortuna que abasteceu o propinoduto da Alerj. Segundo o Ministério Público Federal, o esquema de pagamento de suborno aos 10 deputados estaduais, movimentou R$ 54 milhões, entre 2011 e 2014.

Orientei o futuro procurador-geral, que será anunciado na semana que vem, a tomar medidas para reaver eventuais prejuízos. Acredito que a gente possa melhorar o orçamento com essas medidas judiciais‘, disse. Acrescentou que tais medidas já foram tomadas pela União, no caso da Lava Jato, o que “já reverteu, inclusive, dinheiro para o Rio“.

Antonio Alexandre, Magé/Online.com –  Fonte: Jonal Extra