Para ele, a crise econômica vivida pelo RJ acrescentou ainda mais dificuldades a uma área já complexa.
“É muito difícil. A gente está preparado para situações bem complicadas. Temos procurado estudar maneiras de manter aquilo que se conquistou, mas avançar é muito difícil”. A avaliação é de José Mariano Beltrame, secretário de segurança do Estado do Rio de Janeiro há quase dez anos, sobre o futuro da segurança no Rio depois da Olimpíada, quando os reforços militares e policiais deixarem a cidade.
Para ele, a crise econômica vivida pelo RJ acrescentou ainda mais dificuldades a uma área já complexa.
“Como é que você vai fazer as coisas com os policiais sem salário? Com os batalhões às vezes sem alimentação? Imagina eu chegar para você e dizer que você vai receber só meio salário. Como é que eu vou exigir que o policial saia para a rua, arrisque a vida e se comprometa com uma sociedade e com um Estado, se esse Estado não paga?”, questiona.
Embora não negue que o Rio esteja “em um de seus momentos mais difíceis”, o secretário rejeita que a situação esteja “fora de controle”. “Os indicadores tiveram um aumento nos últimos quatro ou cinco meses mas nós temos uma história de nove anos e estamos, mesmo na crise, buscando já recuperar a diminuição desses índices, principalmente dos crimes contra a vida”, diz.
Beltrame diz não ter dúvidas de que haverá segurança no Rio durante os Jogos. “Eu posso dizer que as Olimpíadas vão ser tranquilas, que as pessoas podem vir ao Rio de Janeiro. O Rio está pronto para isso”.
Para ele, o motivo de preocupação é o que vem depois.
“Tenho policiais para serem chamados para trabalhar, mas não sei se vão conseguir nomeá-los. Tenho solicitação de concursos públicos para fazer, mas não posso porque não tenho dinheiro. Nós vamos ter que diminuir as incidências criminais dentro de uma realidade econômica sem perspectiva de melhora. É uma tarefa difícil”, avalia.
Rumo aos 60 anos, o gaúcho de Santa Maria já se disse cansado do cargo diversas vezes, mas sempre aceitou continuar à frente da segurança pública do Rio. Ele diz que ainda tem “umas coisinhas para fazer”, e que vai tentar fazê-las, mesmo sem dinheiro. “Quando eu fizer, eu vou dar a minha missão, o meu período por cumprido”.
Fonte: Uol notícias
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