Crivella terá que dizer se sabia da existência do grupo e participava dele; telefone do prefeito consta na relação.
A Câmara de Vereadores votará abertura do pedido de impeachment do prefeito Marcelo Crivella nesta quinta-feira. O presidente Jorge Felippe vai levar ao plenário o pedido feito pelo pela bancada do PSOL e pela deputada estadual Renata Souza, pré-candidata à prefeitura do Rio. O vereador Atila Nunes (DEM) protocolou outro pedido de processo de impeachment, que também será anexado. Para que o processo de impedimento tenha início, é preciso de um quórum de 26 vereadores e que mais da metade deles vote a favor da apreciação.
Os dois pedidos de impeachment denunciam a suposta prática de crimes que teriam sido cometidos pelo prefeito Marcelo Crivella pela criação do grupo ‘Guardiões de Crivella’.
O pedido foi do PSOL, por meio da deputada Renata Souza e de sua direção, ingressou nesta terça-feira (01/09) com um pedido de impeachment do prefeito Marcelo Crivella.
Para o partido, a denúncia da existência de grupos denominados “Guardiões de Crivella” configura flagrante inobservância dos princípios da probidade administrativa, em especial da honestidade, imparcialidade e legalidade, além de possível crime de responsabilidade. Organizar funcionários públicos, detentores de cargos de confiança, para impedir que sejam denunciadas situações de irregularidade no atendimento de saúde, e coibir, às portas dos hospitais, a atuação da imprensa, intimidando jornalistas, são práticas que apontam fortes indícios de improbidade administrativa e conduta incompatível com o cargo. As pessoas participariam, ainda, de grupos de mensagens em que há indícios da participação do próprio prefeito, vigiando e incentivando a ação dos supostos “guardiões”.
Crivella segue a linha de seu aliado Bolsonaro de tentar calar as críticas e a imprensa. Organizar funcionários, detentores de cargos de confiança, como se fosse uma milícia, para intimidar jornalistas e cidadãos que querem falar são práticas que apontam fortes indícios de improbidade administrativa e conduta incompatível com o cargo. Um retrato dessa administração desastrosa, corrupta e antidemocrática de Crivella à frente da prefeitura do Rio de Janeiro — diz Renata Souza.
Líder da bancada do partido na Câmara Municipal, Tarcísio Motta afirma que a resposta imediata do PSOL responde ao episódio com a contundência necessária à seriedade das denúncias veiculadas nesta segunda-feira. “O fato é gravíssimo, envolve o uso de dinheiro público para fins escusos, impede o livre exercício de imprensa, e silencia as queixas legítimas da população em um momento de grave crise sanitária. Não podemos aceitar que, mais uma vez, o prefeito use a máquina pública para gerir interesses particulares, esconder a verdade e ludibriar as pessoas. O partido apresenta uma medida à altura da gravidade dos elementos apresentados, que precisam de apuração imediata e transparente por parte desta Casa Legislativa”, ressalta o vereador.
Outro pedido foi protocolado
Na denúncia, Nunes pede a pauração de “e crime de responsabilidade e infração político-administrativa praticados” e afirma que a existência dos grupos “atingem diretamente a Constituição, de forma direta e objetiva, pois a indisponibilidade do interesse público deve nortear a realização das atividades administrativas”.
“Certamente, pelo longo histórico, verificamos que a conduta do Prefeito Marcelo Crivella não se coaduna com a postura de um governante responsável, que deve pautar sua conduta no respeito aos princípios da Administração Pública, em destaque o da moralidade”, diz trecho da denúncia.
Será publicada no diário oficial da Câmara nesta quarta-feira a admissibilidade pelo presidente Jorge Felippe, que antes consultou a Procuradoria da Câmara e a Secretaria Geral. Se o processo for aprovado, vereadores que não quiserem participar podem pedir a exclusão do sorteio dos três parlamentares que vão integrar a comissão processante. Estes, ficam responsáveis por convocar testemunhas para depoimento e cuidar de outras medidas relativas ao processo. O prefeito terá, então, dez dias úteis para apresentar sua defesa. O trâmite de impeachment pode chegar a 90 dias.
O conjunto de ilegalidades é enorme. O que foi a gota d’água é que o prefeito participa de um daqueles grupos. Já caberia a investigação, e principalmente que esses salários sejam devolvidos. O cabeça disso tudo é o dono da caneta disse Nunes ao GLOBO.
CPI já tem assinaturas para ser instaurada
Além de Teresa Bergher, o pedido de abertura de CPI foi assinado por 17 vereadores: Paulo Messina (MDB), Átila Nunes (DEM), Célio Lupparelli (DEM), Cesar Maia (DEM), Rosa Fernandes (PSC), Carlo Caiado DEM), Luciana Novaes (PT), Babá (PSOL), Paulo Pinheiro (PSOL), Marcos Paulo(PSOL), Tarcísio Motta (PSOL), Leonel Brizola (PSOL), Renato Cinco (PSOL), Verônica Costa (DEM), Fernando William (PDT) e Reimont (PT)
Teresa Bergher disse que sua primeira atitude, quando começar a investigar, será exigir a exoneração de Marcos Luciano, que chefia os Guardiões do Crivella. -O prefeito tem que ir à Câmara se explicar, ou melhor, tentar explicar o inexplicável – diz Teresa. – Que venha ao Parlamento assumir seus erros. Ele passou de todos os limites, ao pagar milícia com dinheiro público para para impedir o cidadão de reclamar do péssimo serviço prestado por sua gestão e atrapalhar o serviço da imprensa.
Na ação popular que está impetrando, Fernando William pede a exoneração de todos os que fazem parte dos Guardiões do Crivella.
Fonte: Jornal Extra