Baixada e São Gonçalo, regiões onde violência explodiu, vão perder PMs durante os Jogos

As transferências são tratadas de forma discreta pela cúpula da PM, tanto que não foram sequer publicadas no boletim da corporação

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As regiões do estado que apresentam os maiores aumentos nos índices de criminalidade vão perder PMs para áreas turísticas do Rio até o fim de setembro, quando termina a Paralimpíada. Todos os policiais que entrariam de férias nos meses de agosto e setembro em oito batalhões responsáveis pelo patrulhamento da Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo foram transferidos para unidades consideradas importantes pelo comando da corporação durante os Jogos: vias expressas e pontos turísticos da capital.

As transferências são tratadas de forma discreta pela cúpula da PM, tanto que não foram sequer publicadas no boletim da corporação. Entretanto, uma mensagem interna do último dia 28, assinada pelo subchefe operacional do Estado Maior, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, comunica a transferência de 103 PMs que estariam de férias do 7º BPM (São Gonçalo), do 15º BPM (Duque de Caxias), do 20º BPM (Mesquita) e do 24º BPM (Queimados). Segundo o documento, obtido pela reportagem , 51 agentes se apresentaram na semana passada no Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) e outros 52, no Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTUR). Oficiais estimam que cerca de 700 PMs foram transferidos.

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Em comparação com o ano passado, os principais indicadores criminais apresentaram aumento maior na Baixada, em Niterói e São Gonçalo do que na capital. Os roubos a pedestre por exemplo cresceram, no primeiro semestre, 46% na Baixada e 25% em Niterói e São Gonçalo. Já no Rio, o aumento foi de 11%.

PM: policiamento ordinário não muda

O coordenador de Assuntos Olímpicos da PM, coronel Marcelo Rocha, alega que o policiamento ordinário dos municípios da Região Metropolitana “não foi impactado”.

— Os PMs estariam de férias. Portanto, não estariam disponíveis — afirmou o oficial.

A PM cancelou férias da tropa para emprego durante os Jogos. Além disso, foi anunciado reforço de 432 policiais que aderiram ao RAS de forma compulsória para a Região Metropolitana e mais 400 PMs que aderiram ao RAS voluntariamente para a Baixada. Para os moradores dos municípios atingidos, o saldo é negativo.

— O Rio vai ter reforço das Forças Armadas e da Força Nacional. Não precisava diminuir o efetivo de outras regiões. Não tem desculpa para o que o estado faz conosco. Minha vida vale tanto quanto a do turista — afirma Jayme Soares, presidente do Conselho de Segurança de Nova Iguaçu.

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Proibição

Na última quinta-feira, a Justiça proibiu a transferência de PMs do 20º BPM (Mesquita) para reforçar o patrulhamento dos Jogos. Na decisão, a juíza Mariana Baptista, da 6ª Vara Cível de Nova Iguaçu, fixou multa de R$ 1 milhão se a decisão não for respeitada.

Além do efetivo, a magistrada também proibiu a saída de viaturas, armamentos e equipamentos de segurança do batalhão. A ação foi movida pelo MP, que argumentou que os municípios da Baixada “sofrem com o aumento da criminalidade”.

Já na última terça-feira, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, suspendeu decisão semelhante proferida pela 4ª Vara Cível de Petrópolis. Cabe recurso nos tribunais superiores.

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Fonte: Extra

 

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