Afinal, óleo de coco é mocinho ou vilão para a saúde?

Ingrediente tem sido muito utilizado nas refeições como opção natural, mas ciência critica.

Uma professora de Harvard chamou o popular óleo de coco de “veneno”,mas, afinal, ele é tão ruim assim? A palestra da cientista Karin Michels, professora da Escola de Saúde Pública T.H. Chan, de Harvard, foi ministrada em alemão. Traduzida pela “Business Insider Deutschland”, ela foi intitulada “Óleo de coco e outros erros nutricionais”. Embora nem todos os pesquisadores do tema tenham um posicionamento tão duro sobre o óleo de coco, muitos especialistas veem com desconfiança sua crescente popularidade como alimento saudável. O escritor de saúde do “New York Times”, Roni Rabin, e a escritora de culinária, Sophie Egan, responderam às perguntas dos leitores sobre os benefícios do óleo de coco. Veja abaixo o que eles disseram.

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Por que o óleo de coco é repentinamente considerado saudável depois de ser declarado prejudicial por três décadas?

A imagem do óleo de coco sofreu uma transformação nos últimos anos, e muitas lojas de alimentos naturais passaram a vender o produto. Mas, apesar de “muita propaganda sobre ele”, disse a médica Alice H. Lichtenstein, professora de ciência e política nutricional da Universidade de Tufts e vice-presidente do comitê consultivo de diretrizes dietéticas do governo federal dos EUA, “não há dados para apoiar essa propaganda”.

O óleo de coco é rico em ácidos graxos saturados, e a gordura saturada tem sido associada a altos níveis de colesterol e doenças cardíacas. Embora os críticos recentemente tenham levantado questionamentos sobre as evidências científicas que ligam os dois aspectos, diretrizes dietéticas de longa data recomendam que as pessoas reduzam a ingestão de gordura saturada para menos de 10% das calorias diárias, ou cerca de 20 gramas para uma dieta de 2 mil calorias por dia, por exemplo.

Existem poucas pesquisas sobre os efeitos do óleo de coco na saúde das pessoas, disse Lichtenstein, mas “parece não haver nenhum benefício independente em consumi-lo”.

Dito isso, existem dois diferentes tipos de óleo de coco: o comum e o óleo de coco virgem. Este último é suavemente processado, podendo não ter os mesmos efeitos prejudiciais que os óleos altamente processados, embora a composição de ácidos graxos seja semelhante, afirmou o médico Tom Brenna, professor de nutrição humana na Universidade de Cornell. O óleo de coco refinado, branqueado e desodorizado, ou R.B.D., que é tratado com solventes e submetido a calor intenso, eleva o colesterol de maneira tão confiável que os cientistas o utilizam como controle para realizar experimentos com diferentes gorduras. O processamento severo pode, ainda, destruir alguns dos bons ácidos essenciais e antioxidantes, tais como o ácido láurico, um ácido graxo de cadeia média que se acredita que eleve o nível do colesterol bom, o HDL.

É melhor cozinhar com óleo de coco ou azeite de oliva?

Em termos de impactos na saúde, é melhor cozinhar com azeite.

Em comparação com uma colher de sopa de azeite, uma colher de sopa de óleo de coco contém cerca de seis vezes a quantidade de gordura saturada, quase atingindo o limite diário de cerca de 13 gramas que a Associação Americana do Coração recomenda. A alta ingestão de gordura saturada tem sido associada ao aumento dos níveis de LDL, o colesterol ruim, o que aumenta o risco de doenças cardíacas.

Além disso, o azeite, um componente importante da dieta mediterrânea saudável para o coração, contém gorduras poliinsaturadas e monoinsaturadas benéficas.

Entre os dois, o azeite é uma escolha melhor, já que as gorduras monoinsaturadas podem ter um efeito benéfico no coração quando ingeridas com moderação e quando usadas para substituir as gorduras saturadas e trans na dieta disse Annessa Chumbley, porta-voz da Associação Americana do Coração, por e-mail.

A organização já emitiu um comunicado que reitera firmemente sua orientação aos consumidores para substituírem gorduras saturadas por gorduras insaturadas para ajudar a prevenir doenças cardíacas.

Embora algumas pesquisas tenham vinculado o principal tipo de ácido graxo saturado encontrado no óleo de coco  o ácido láurico ao aumento dos níveis de HDL, ou colesterol bom, ele ainda parece elevar, ao mesmo tempo, o colesterol LDL (o ruim). No entanto, ainda assim, o óleo de coco pode ser uma escolha melhor do que outras fontes de gordura saturada. Um grande estudo recente descobriu que o ácido láurico não parece elevar o risco de doenças cardíacas tanto quanto outros tipos de ácidos graxos saturados, como o ácido palmítico, encontrado na manteiga.

Os defensores do óleo de coco apontam que o produto é rico em fitoquímicos que possuem propriedades antioxidantes saudáveis. Embora seja verdade que o óleo de coco extra-virgem, assim como o azeite extra-virgem, contém fitoquímicos, a maior parte do óleo de coco encontrado no mercado é refinado e oferece poucos antioxidantes, disse o médico Qi Sun, professor associado de medicina em Harvard. E, mesmo que o óleo de coco seja extra-virgem, “os efeitos da gordura saturada superam os efeitos benéficos dos antioxidantes”, disse ele.

Mas, claro, ninguém come gorduras, colesterol ou antioxidantes. Comemos alimentos. Então, apesar de o óleo de coco certamente não ser a bala mágica que alguns reivindicam, não há necessidade de evitá-lo completamente, especialmente se ele for usado no lugar da manteiga em assados ou para dar sabor a um prato de curry, por exemplo. Como regra geral, porém, cozinhar com azeite é a melhor escolha para a saúde.

Fonte: Jornal O Globo

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Um Comentário

  1. Pesquisadoras da UFRJ publicam artigo que revela benefícios do óleo de coco
    As pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Diuli Alves Cardoso, Anne Bello, Glaucia Maria Moraes de Oliveira, Glorimar Rosa, publicaram o primeiro artigo científico sobre os efeitos benéficos do uso do óleo de coco extra virgem. Os estudos evidenciaram que os pacientes obtiveram diminuição do IMC, melhora no índice de adiposidade visceral, da pressão arterial diastólica, e dos triglicerídeos, como também VLDL. Em paralelo, os pacientes tiveram a redução do consumo de óleo vegetal, chocolate e refrigerantes.
    Trata-se de uma pesquisa, que demonstrou o aumento do HDL – o bom colesterol -, como também a redução da circunferência abdominal e da massa corporal em pacientes cardiopatas e nos pós-operatório. O propósito foi o de avaliar o efeito do tratamento nutricional associado ao consumo de coco extra virgem em parâmetros antropométricos e perfil lipídico, em adultos de ambos os sexos, e possibilitar assim uma análise e a prevenção secundária em pacientes com doença arterial e coronariana.
    A primeira publicação científica – ISSN 0212-1611. GODEN NUHOEQ – S.R.V.318, Nutrición Hospitalaria teve sua origem no Programa de Pós-graduação em Cardiologia da Escola de Medicina da UFRJ, no Centro de Pesquisa em Nutrição Clínica – HUCFF – do Instituto de Nutrição Josué de Castro. Todo o óleo de coco foi doado à pesquisa pela COPRA, Indústria de Alimentos de Maceió, AL, Brasil, que produz o alimento destro dos padrões exigidos.
    Pesquisa visa prevenir acidentes cardiovasculares de forma secundária
    Neste contexto, o óleo de coco extra virgem foi reconhecido por sua alta proporção de ácidos graxos de cadeia média (MCFA), acido láurico (fonte de vitamina E), e polifenóis de ação antioxidante. De acordo com as pesquisadoras, o objetivo deste estudo foi o de avaliar o efeito de uma dieta rica em óleo de coco, relativa à melhoria do perfil lipídico e medidas antropométricas em 136 pacientes testados, com idades entre 45 e 85 anos, com vistas, ainda, à prevenção secundária enfarte e /ou angina estável.
    Durante a pesquisa, houve redução do uso de medicamentos nos pacientes, por mais de seis meses, visto que os mesmos foram testados em um ambulatório de cardiologia especializado da UFRJ. O protocolo experimental foi aprovado pela Comitê do Instituto Nacional de Ética em Pesquisa Cardiologia (INC) – RJ sob o nº. 0305/2010, e o seu número nacional de Ensaios Clínicos (NCT) é 01962844. Todos os voluntários foram informados sobre os procedimentos aos quais seriam submetidos durante a pesquisa, e assinada a declaração de consentimento informado (SIC). Conclusão: observou-se que o tratamento nutricional associado ao consumo de óleo de coco extra virgem e reduziu o CC e aumento dos níveis de HDL-C em pacientes com CAD.

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