ACORDO DE ROYALTIES AVANÇA E PODE MUDAR REALIDADE FISCAL DE MAGÉ E GUAPIMIRIM

Municípios aguardam homologação do STF enquanto Niterói segue isolada e resiste ao reequilíbrio regional.

Um acordo político firmado no dia 2 de dezembro de 2025 promete alterar de forma significativa o cenário financeiro de Magé, Guapimirim e São Gonçalo. As prefeituras do Rio de Janeiro, comandada por Eduardo Paes, e de Maricá, administrada por Washington Quaquá, decidiram ceder parte de seus próprios royalties do petróleo para os três municípios vizinhos — gesto considerado histórico para a Região Metropolitana.

A iniciativa, contudo, ainda não está valendo. O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que deverá homologar o acordo nos próximos dias. Só então os novos repasses poderão ser incorporados aos orçamentos municipais.

ENTENDA O ACORDO DE ROYALTIES

O pacto firmado entre Rio e Maricá busca reduzir desigualdades internas na Região Metropolitana, argumentando que o crescimento econômico deve irradiar benefícios para todos os municípios do entorno.
Com o entendimento, Magé, Guapimirim e São Gonçalo receberiam percentuais adicionais de royalties, atualmente concentrados em poucas cidades produtoras.

O acordo surge no contexto de uma ação judicial ainda em curso, que discute a redistribuição dos royalties e depende de estudos técnicos do IBGE. Decisões anteriores do STF e do STJ já haviam negado o aumento direto dos repasses com base na legislação vigente — o que torna o acordo político a alternativa mais viável até o momento.

PARTICIPAÇÃO ATUAL DOS MUNICÍPIOS (2024)

Mesmo antes da nova redistribuição, Magé e Guapimirim já possuem receitas relevantes:

  • Magé: R$ 197,5 milhões em royalties

  • Guapimirim: R$ 179,3 milhões em royalties

Esses valores representam fatias importantes das receitas totais anuais, compondo grande parte dos investimentos municipais em infraestrutura, saúde, saneamento, serviços urbanos e políticas sociais.

Com o novo acordo, a previsão é que ambos os municípios tenham acréscimos expressivos, abrindo margem para obras estruturantes e melhorias históricas que há décadas são reivindicadas pela população.

AGUARDANDO O STF

A homologação pelo Supremo é o passo decisivo. Sem ela, os novos percentuais não podem ser aplicados.
Fontes jurídicas indicam que o pedido deve ser analisado rapidamente, dada a natureza consensual entre os municípios envolvidos — o que tende a acelerar o trâmite.

NITERÓI SE ISOLA E RESISTE À REPARTIÇÃO: UMA NEGATIVA EGOÍSTA E RETROCESSO REGIONAL

Enquanto Rio e Maricá reconhecem a necessidade de equilíbrio metropolitano, Niterói adota postura oposta. A cidade — uma das mais ricas do país em receita per capita graças aos royalties — negou participar do acordo e continua rejeitando qualquer diálogo que envolva compartilhar parte de seus proventos com municípios historicamente prejudicados, como Magé e São Gonçalo.

A recusa, considerada por lideranças políticas como egoísta e prejudicial, aprofunda desigualdades e vai na contramão do desenvolvimento integrado defendido pelos especialistas em gestão urbana.

Por que a negativa de Niterói é criticada?

  • Concentração de riqueza: Niterói mantém receitas bilionárias enquanto municípios vizinhos sofrem com carência crônica de investimentos.

  • Desenvolvimento regional travado: mobilidade, meio ambiente, saúde e habitação dependem de estratégias metropolitanas conjuntas — impossíveis sem cooperação financeira.

  • Descompasso político: ao contrário de Rio e Maricá, Niterói não reconhece que cidades estruturadas alavancam toda a região.

  • Desigualdade histórica: Magé e São Gonçalo foram diretamente impactadas por decisões legislativas que priorizaram municípios já ricos em royalties; negar recomposição aprofunda essa distorção.

Analistas avaliam que a manutenção dessa postura isola Niterói e enfraquece a construção de um modelo metropolitano solidário e eficiente. A cidade, porém, segue firme em reter sozinha recursos que, na prática, são fruto de uma cadeia produtiva que afeta toda a região.

Altineu Côrtes acusou recentemente Niterói de praticar uma “covardia” contra São Gonçalo na disputa pelos royalties do petróleo. Ele argumenta que, enquanto as cidades vizinhas têm orçamentos bilionários, se recusam a compartilhar a receita de forma mais igualitária com São Gonçalo, Magé e Guapimirim. A Câmara de Niterói chegou a aprovar uma moção de repúdio contra Altineu Côrtes devido a essas falas.

O QUE ESPERAR A PARTIR DE AGORA

Se homologado pelo STF, o acordo:

  • ampliará as receitas anuais de Magé e Guapimirim, possibilitando investimentos há anos represados;

  • fortalecerá São Gonçalo, cidade com um dos maiores déficits estruturais do estado;

  • inaugurará um novo modelo de cooperação metropolitana, pressionando outras cidades — como Niterói — a rever seus posicionamentos;

  • reduzirá desigualdades históricas, equilibrando o mapa financeiro da Região Metropolitana.

A expectativa é que a Justiça finalize o processo nos próximos dias, dando início a um novo capítulo na distribuição dos royalties no Estado do Rio de Janeiro.

 

Além disso, verifique

CRIME DE HOMICÍDIO NO CEFET DO MARACANÃ REFORÇA ESCALADA DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

Assassinato de diretora e psicóloga dentro de instituição federal expõe vulnerabilidade feminina e reacende debate …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *