Presidente afirmou a ministro espanhol que medida poderia solucionar crise migratória na Europa.
O presidente Donald Trump sugeriu ao o ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell, que europeus construíssem um muro no deserto do Saara para reduzir a imigração ao velho continente. A informação foi publicada pelo “El País” e “Europa Press” e confirmada pela chancelaria espanhola ao inglês “ The Guardian”. A proposta de Trump se assemelha a seu projeto de muro na fronteira com o México – que ainda não começou, apesar de esta ter sido a sua principal promessa de campanha eleitoral.
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De acordo com as publicações espanholas, Borrel contou o fato em um almoço esta semana em Madri. O ministro não detalhou o momento em que Trump teria feito esta sugestão, mas ambos se encontraram quando o rei Felipe VI realizou visita oficial à Casa Branca em junho. Trump teria dito que esta seria uma solução e comparou com seu projeto para a fronteira sul dos Estados Unidos. Não ficou claro pela mídia espanhola se Trump estava falando de brincadeira. A Casa Branca não respondeu, até o momento, aos pedidos do “Washington Post” para comentar o episódio.
Os jornais espanhóis indicam ainda que Borrell expressou que se opõe aos dois projetos de muro – com o México e no deserto africano – e que diplomatas espanhóis disseram a Trump que a situação era consideravelmente diferente, por causa até da escala destas áreas. Trump então teria discordado e mostrado desconhecimento geográfico, de acordo com a lembrança de Borrell, pois o presidente teria dito que “a fronteira do Saara não pode ser maior do que a nossa fronteira com o México”.
A fronteira entre México e Estados Unidos tem cerca de três mil quilômetros, enquanto que o Saara tem cerca de cinco mil quilômetros de extensão leste-oeste. Um muro por todo o deserto africano provavelmente envolveria a construção de várias nações soberanas e poderia passar, dependendo do projeto, por países como Argélia, Chade, Egito, Eritreia, Líbia, Mali, Mauritânia, Marrocos, Níger, Sudão e Tunísia.
A crise migratória na Europa dura anos e tem dois principais focos: sírios que fogem da guerra civil que já dura seis anos e africanos que abandonam seus países por pobreza, violência e perseguição. Diversas embarcações acabam naufragando no Mediterrâneo, em uma situação considerada catastrófica por entidades de direitos humanos. O debate sobre imigrantes e refugiados, juntamente com o temor após a recente onda de terrorismo, fez ampliar em todo o velho continente o poder de partidos nacionalistas e xenófobos.
Fonte: Jornal O Globo
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