Presidente da França entra em guerra declarada contra o Estado Islâmico

François Hollande tentou mostrar firmeza depois do atentado em Paris.

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Depois de mandar bombardear a capital declarada do Estado Islâmico, o presidente da França pediu poderes extraordinários para combater extremistas islâmicos dentro de fora do país.

Não é comum em uma democracia aberta e tradicional como a França o presidente pedir poderes extraordinários para combater um inimigo que ele define como doméstico e externo.

Os franceses estão dispostos a dar esses poderes a François Hollande esses poderes? Essa é uma resposta bem difícil porque não é um dilema novo, mas é um dilema que está ficando cada vez mais complicado de resolver: porque, de um lado, a liberdade individual, e, do outro, a segurança pública.

A primeira resposta foi com armas. A França deixou o papel discreto na coalizão que combate os terroristas no Iraque e na Síria e fez um bombardeio maciço à cidade de Raqqa, considerada a capital do Estado Islâmico. E o presidente François Hollande promete intensificar ainda mais os ataques.

Na segunda-feira (16), ele foi ao Parlamento pedir a prorrogação do estado de emergência por mais três meses. Quer mudar a Constituição para enfrentar o terrorismo, dando poderes excepcionais para o presidente e uma nova legislação para o estado de sítio, e argumenta que as leis do país precisam se modernizar por causa das novas ameaças.

Hollande disse que a França está em guerra, mas vai vencê-la. “Nenhum bárbaro vai nos impedir de viver como decidimos viver. O terrorismo não vai destruir a República porque a República vai destruir o terrorismo”, afirmou.

Os aplausos de segunda (16) têm sido raros no mandato de Hollande. Ele é o presidente mais impopular do país desde a Segunda Guerra Mundial. Tido como indeciso e gerindo uma economia estagnada, Hollande sofreu uma dura derrota nas eleições regionais deste ano e tem apenas um ano e meio para reverter a situação, se quiser se reeleger.

Quando houve o atentado à revista satírica Charlie Hebdo, em janeiro, ele faturou: tomou uma série de medidas contra o extremismo e fez discursos contundentes, que triplicaram a aprovação ao seu governo nas semanas seguintes. Mas não durou.

Até a semana passada, as pesquisas mostravam que o atual presidente não chegaria sequer ao segundo turno das eleições.

E não é só ele quem pode se beneficiar do clima de união nacional trazido pelo ataque terrorista. A ultradireitista Marie Le Pen anda no topo das pesquisas. Ela acusa o país de ser condescente com o islamismo radical e é violentamente contra a imigração.

Para o socialista Hollande, fica o desafio de restringir as liberdades civis para combater o terror, mas mantendo a prática da esquerda longe do discurso da direita.

MGT
Fonte: O Globo

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