Executivo, Legislativo e TCE do RJ formaram organização criminosa, diz PF

PF afirma que não há um chefe mor na quadrilha. Benefícios fiscais levaram Estado ao colapso, afirma o delegado Alexandre Ramagem.

Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato desencadeado nesta terça-feira (14), aprofundou as investigações de desvios de verba pública no Estado do Rio e concluiu que não há um “chefe mor” da quadrilha. Na verdade, dizem os investigadores agora, há vários entes à frente do esquema — e não só o ex-governador Sérgio Cabral.

“Constata-se que o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Tribunal de Contas (do Estado do Rio) – presumidamente que deveriam ser autônomos, independentes, com dever de fiscalização recíproca – na realidade estão estruturados em flagrante organização criminosa com o fim de garantir contíuo desvio de recursos publicos e lavagem de capitais”, afirma o delegado da Polícia Federal Alexandre Ramagem Rodrigues.

De acordo com a Polícia Federal, havia “excessivos benefícios fiscais” a empresas de transporte e empreiteiras, fazendo com que o Estado deixasse de receber mais de R$ 138 bilhões. Em troca das isenções, os parlamentares ganhavam propina. Para Ramagem, a corrupção causou o colapso da economia fluminense.

“Segmentos empresariais pagavam rotineiramente propina para agentes políticos, não só no Legislativo mas também no Executivo e no próprio TCE, em troca de atos de ofício”, explica o procurador regional Carlos Alberto Gomes de Aguiar.

A afirmação foi feita durante entrevista coletiva nesta terça-feira, após o pedido de prisão preventiva dos deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. Todos do PMDB. O pedido será analisado na quinta-feira pelo TRF-2, já que eles têm foro privilegiado.

“Através da agremiação política que detém hegemonia do Estado do Rio de Janeiro, e com ocupações estratégicas em diversos orgãos públicos, vêm ganhando força política quase insuperável e enriquecendo assustadoramente. Enquanto o Rio de Janeiro definha nesse caos social, esses sujeitos se empapuçam com dinheiro da corrupção”.

‘Terceirização’ da lavagem de dinheiro

Picciani é suspeito de desviar dinheiro através de uma empresa do ramo da agropecuária, a Agrobilara. Para os investigadores, é uma das formas mais simples de se lavar dinheiro: chance de manipulação de preço, baixa tributação e pouca fiscalização, aponta o MPF.

“A Agrobilara chegou a um nível de sofisticação de lavagem (de dinheiro) que não faz só a lavagem de Picciani. Ela já terceirizou esse serviço e lava de outras pessoas, seja de empresários, seja de servidores públicos”, afirma a procuradora Andréa Bayão Pereira Freire.

Fonte: Portal G1 

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