Se ficar sem mandato a partir de 2018, Pezão será investigado por tribunais de primeira instância.

Dez governadores terão que se afastar de suas funções em 2018 se quiserem concorrer a um cargo na próxima eleição.
A troca de cadeiras tem potencial para alterar a configuração de forças entre partidos nos estados. Em tempos de Lava-Jato, muitos desses governadores buscarão nas urnas um novo mandato para manter o foro privilegiado na Justiça, uma vez que são alvos de inquéritos por suspeitas de receber propina da Odebrecht.
No caso de Pezão, o cenário é mais complicado. Além de enrolado na Lava-Jato, o governador enfrenta problemas de saúde e uma instabilidade política decorrente da situação fiscal do estado. Nos bastidores da política fluminense, há quem não descarte que, para garantir o foro privilegiado, ele se candidate à Câmara dos Deputados.

Alguns dos vices que assumirão em abril também sofrem desgaste com a Lava-Jato. Francisco Dornelles (PP), do Rio de Janeiro apareceram na suposta lista da Odebrecht com os apelidos de Paris, Princesa e Velhinho.
As legendas candidatas a maiores beneficiárias das desincompatibilizações são o PP e o PSB. No outro extremo, aparecem o PMDB e o PSDB como os que mais deverão perder governadores.
Embora ainda faltem oito meses para o prazo de afastamento dos governadores, as negociações já acontecem com aliados.
Nenhum político admite, mas o foro privilegiado terá peso no cálculo político sobre o que fazer na próxima eleição. Cinco dos dez governadores reeleitos respondem a inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por terem sido mencionados em delações de executivos da Odebrecht e constarem da suposta lista de propina entregue à Lava-Jato.
Se ficarem sem mandato a partir de 2018, terão suas investigações transferidas à primeira instância.
Fernando Pezão (Rio de Janeiro), foi citado e poderá ser investigado.
– O afastamento do cargo não cessa necessariamente a influência do político porque, muitas vezes, o substituto é alguém que opera em nome do antecessor. A lei do abuso do poder econômico veio para ser um contraponto e mostrou que a desincompatibilização não impede abusos – afirmou o cientista político da UFRJ, Paulo Baía.

Fonte: Jornal O Globo
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