A importância da política no combate ao déficit de cidadania.
Alguns setores da mídia vistos como supostamente “justiceiros”, antes de qualquer diligência necessária publicam o nome de possíveis suspeitos atribuindo-lhes o condão de “acusados” ou mesmo “réus”, motivados pelo denuncismo politiqueiro, sem que estes estejam respondendo ainda sequer a um processo. “Para saber se é preciso punir, pune-se com o processo”, determina a lei. O cidadão nestas circunstâncias, mesmo que teoricamente acobertado constitucionalmente pelo princípio da presunção de inocência, se vê em realidade apontado como “culpado” pelos meios de comunicação de massa, sofrendo enorme exposição e o encargo de poder enfrentar um Conselho de Sentença maculado por um “jornalismo investigativo” nem sempre ético e harmonizado com a realidade dos fatos ditos “apurados”.
Não se pode censurar o importante trabalho da imprensa séria e comprometida com a informação verdadeira dos fatos, o que não se pode é permanecer compactuando com reportagens levianas e imediatistas que desrespeitam a intimidade do cidadão e formam equivocadamente o senso comum sob a justificativa do alcance de audiência. A imprensa enquanto instituição respeitadora de princípios éticos deve ser apoiada, sua participação no contexto social é necessária para que se mantenha a imparcialidade da opinião pública e, conseqüentemente, a garantia da imparcialidade no processo penal e seu julgamento, mas aqueles segmentos da mídia que visam a qualquer custo à audiência, forjando culpados pelas mazelas sociais devem ser repudiados, sob pena de comprometimento da lei.
O objetivo final de quem desqualifica a política é transferir as decisões dos cidadãos, por meio da política, para grupos econômicos e de poder que se apoderam do aparelho do Estado em busca de interesses próprios.
Em nome do combate a uma suposta degradação moral do país, há muita gente utilizando o discurso anticorrupção para questionar o papel da política e do Estado, levando à alienação e ao próprio enfraquecimento das instituições políticas que poderiam atacar as causas da corrupção, ampliando os instrumentos de controle, de transparência, de acesso a informações e de exigência de integridade dos agentes públicos, inclusive com a responsabilização civil e penal.
Os que desdenham a política o fazem por ignorância ou má-fé: os primeiros ignoram o mal que fazem a si próprios ficando alheios ao que acontece em seu entorno, tornando-se potenciais vítimas dessa escolha, e os segundos, intencionalmente, desqualificam a política para dominá-la, excluindo o povo do processo de escolha e de pressão sobre os detentores de mandatos, políticos e governantes. Como dizia Platão, o castigo dos bons que não fazem política é ser governado pelos maus.
O objetivo final de quem desqualifica a política é transferir as decisões dos cidadãos, por meio da política, para grupos econômicos e de poder que se apoderam do aparelho do Estado em busca de interesses próprios. A política, em lado diverso, considera princípios como equidade, participação e legitimação pela maioria.
Todas as conquistas do processo civilizatório foram produto de decisão política, inclusive a geração dos cinco direitos: os direitos civis; os direitos políticos; os direitos sociais, econômicos e culturais; os direitos difusos e coletivos; e os direitos bioéticos. Não é o excesso, mas a falta de política, na perspectiva do senso crítico e da participação cidadã, que tem levado à descrença nas instituições. Sem a política sempre irá prevalecer a lei do mais forte, o individualismo, o “salve-se quem puder”.
O “denuncismo inconsequente” é típico do autoritarismo e enfraquece as instituições. O seu objetivo é armar “palco eleitoral”, sem levar em conta os efeitos. Os políticos de todos os Partidos brasileiros começam a perceber, o que perceberam em passado remoto os egípcios, esquimós e os aborígenes australianos : quem lança Bumerangue como arma correndo o risco de não atingir o objetivo e ser atingido pela sua própria arma. Justamente por isto, é um brinquedo perigoso para usar sem o devido cuidado….
Maniqueísmo para manipular a opinião pública. ( maniqueísmo: Filosofia dualística que divide o mundo entre bem, ou Deus, e mal, ou o Diabo.)
O que quero mostrar é a conivência da própria opinião pública com a falta de ética. E isso só aumenta o perigo. Com o suposto objetivo de fazer o que se considera justo, as mensagens dos detratores valem-se dos próprios métodos que condenam. E a opinião pública “compra” essas mensagens até com mais facilidade, pois elas vêm carregadas de espetaculização e reforçam os preconceitos e estereótipos. A verdade acaba esquecida, ofuscada pelo panfleto e pelo drama. A ética é pisoteada pelo maniqueísmo.
O denuncismo é apenas parte do preço que a sociedade paga pela lógica comercial da produção de notícias. Ele está na ponta um longo processo de desgaste da atividade jornalística, cujas conseqüências mais imediatas já podem ser sentidas nas mudanças de relacionamento dos jornalistas com suas fontes e em novas regras de conduta determinadas pelas redações. Mas há dúvidas sobre a eficácia dessas medidas na instauração de um jornalismo mais ético e responsável.
A notícia vem sendo tratada como produto à venda e está exposta na vitrine do capitalismo industrial. Como define Ciro Marcondes Filho, no livro O capital da Notícia, “ela é a informação transformada em mercadoria com todos os seus apelos estéticos, emocionais e sensacionais.” O público é tratado com um consumidor inserido na lógica comercial, que fabrica ícones e veicula situações inusitadas ou irreverentes. Em outras palavras, entretenimento e espetáculo.
Muito pouco para quem espera um sentido de relevância pública nas notícias. Ou, pelo menos, a cicatrização de antigas feridas.
Lembram da Escola Base de São Paulo, onde um casal de japoneses Icushiro Shimada sua esposa Maria Aparecida Shimada e o motorista Mauricio Monteiro Alvarenga foram acusados de pedofilia sem qualquer chance de defesa?
A imprensa noticiou à época que esses três drogavam as crianças antes de fotografá-las nuas e um veículo Kombi era o motel da escola.
Antes que a prescrição fosse oficialmente validada, o Governador de São Paulo Mario Covas, publicou em 15 de dezembro de 1999, o decreto 44536 em que escreveu: “fica autorizado o pagamento administrativo de indenização a vitimas do caso Escola Base, em virtude de responsabilidade civil do estado por atos cometidos por seus agentes”, isto depois do casal ter sofrido barbaridade perante a opinião publica e perdido a escola.
Outro caso foi o do ex Ministro da Saúde Alceni Guerra, acusado de superfaturar a compra de 21 mil bicicletas. Quando conseguiram provar sua inocência, deram menos de um minuto para se defender, em troca de 10 mil metros quadrados de publicação impressa e 104 horas de acusação pelas televisões. Quanta injustiça!
Hoje basta o cidadão não gostar de alguém, que esse alguém é gay ou ladrão. E aí a coisa ganha conotação imprevisível, com difícil defesa da honra e do moral atingido.
Vovó dizia que prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Esperemos por provas concretas antes de decisão afogadilho.
Desta forma, os “Arautos oposicionistas,” tendenciosamente organizados em pequenos grupos, a serviço de feudos, confundem-se na verdadeira missão e compromisso de levar a população a verdade sobre os fatos. A prática se repete ao longo dos descaminhos eleitoreiros, alguns desses servidores do despotismo, estão a disposição da política, foram e objetivam através da “imprensa”, difundir candidaturas futuras, como já testadas anteriormente em pleitos municipais, amargando vergonhosa derrota, sem qualquer expressividade nas urnas.
Em verdade vós digo, os que estão fora do poder, agem como verdadeiros e legítimos representantes do derrotismo, o município é para essa disfarçada classe de defensores da moralidade e probidade administrativa, ponte para abocanhar através de pactos politico-partidário, um lugar ao sol.
A Imprensa não deve estar a serviço de autopromoção, individualizando interesses pessoais, ou mesmo servido de ponte para convencimento da população de falsos ideais políticos, oposicionistas ocasionais, desprovidos de idealismo, ética e acima de interesses verdadeiramente comprometidos com o desenvolvimento do município.
Quiçá, em breve teremos uma proposta de fundação de Partido Municipalista da Imprensa em Magé, assim, talvez seria mais legítimo e clara a intensão de promoção eleitoreira, sem prejuízos inclusive ao desenvolvimento da cidade.
Que fique claro a intenção do Magé|Online, que tal matéria não se trata de raspadinhas, brincadeirinhas ou joguinhos de cunho politiqueiro, aqui o jornalismo e conduzido com repeito e responsabilidade aos leitores e seguidores do nosso portal.
“O genérico do jornalismo é, sobretudo, o instrumento de defesa e ferramenta de denúncia. O poder não advêm propriamente do jornalismo em seu escopo e ofício, bem como a vida não é feita de trabalho e sim de pessoas. O poder advêm justamente de quem exerce o jornalismo, e da maneira que o exerce.” (Alessandro Lo-Bianco)

Antonio Alexandre, Magé|Online.com
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