O irmão gêmeo de Matheus, Lucas Khalil, também é suspeito de envolvimento.
O jovem Matheus Resende Khalil, de 23 anos, responsabilizou a mãe, Simone Gonçalves de Resende, pela chacina em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, que comoveu o país. Na ocasião, foram executados Soraya Gonlalves de Resende, seu marido e a filha do casal. Em depoimento à Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, Matheus confessou que foi ele quem levou os assassinos contratados pela mãe ao prédio onde as vítimas moravam, no bairro de Trindade.
Segundo o delegado-assistente Marcus Amim, Matheus disse que sabia que a mãe queria “aprontar” alguma com a irmã, mas não sabia que chegaria a ponto de mandar matá-la. Soraya foi assassinada a tiros junto com o marido, o diretor de eventos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Gonçalo, Wagner Salgado, e a filha do casal, Geovanna, de 10 anos. O crime aconteceu na madrugada da última sexta-feira.
O irmão gêmeo de Matheus, Lucas Khalil, também é suspeito de envolvimento. Ele, que teve a prisão decretada pela Justiça, se entregou na delegacia de Saquarema, na Região dos Lagos, e foi encaminhado para a DH de Niterói e São Gonçalo, onde chegou no início da tarde, algemado.
– Ele (Matheus) disse que não sabia a real intenção da mãe, procurou colaborar com a polícia e acusou a mãe de tê-lo colocado nessa – disse Marcus Amim, adiantando que a prisão temporária do rapaz também será pedida à Justiça.
Magia negra
O delegado Fábio Barucke, titular da DH de Niterói e São Gonçalo, disse que durante as investigações foi constatado que Simone é envolvida com magia negra. Segundo ele, Matheus disse, em seu depoimento, que dentes encontrados junto aos corpos das vítimas foram colocados nos local pelos assassinos contratados pela mulher, que está sendo procurada pela polícia.
– De acordo com o relato do Matheus, esses dentes serviriam para atrair dinheiro para a mãe – disse Barucke
Briga por herança
A motivação para o assassinato das três pessoas seria uma disputa por uma herança. A briga judicial envolvendo o inventário do pai de Soraya já se arrasta há 20 anos. O processo que tramita na 6ª Vara Cível de São Gonçalo. Wagner atuava como advogado no caso.
Em meio à disputa, em 2014, Soraya, que é adotada, chegou a pedir na Justiça que houvesse prestação de contas no inventário do pai. A solicitação ainda foi julgada.