Dívida da pasta somada a de polícias Civil e Militar chega a R$ 500 milhões.
O novo secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, de 49 anos, toma posse nesta segunda-feira (17) numa pasta com dívida de R$ 100 milhões. Técnicos do governo calculam que, se juntar esse valor com o déficit das polícias Civil e Militar, o rombo atinge R$ 500 milhões. A maior parte da dívida se refere a atrasos no pagamento de fornecedores de equipamentos para as polícias e a contas que não foram pagas.
Além de gerir os gastos, o novo secretário precisará administrar duas polícias sem previsão de pagamento de salários para o fim do ano. A cerimônia de posse está marcada para esta manhã no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio.
Na ocasião, o substituto de José Mariano Beltrame deve anunciar o novo chefe da Polícia Civil, em substituição ao delegado Fernando Veloso, e o novo comandante da Polícia Militar, que entrará no lugar do coronel Edson Duarte – a saída de Edson ainda não foi anunciada. Desde quinta-feira (13), Sá ouviu delegados e coronéis da PM na sede da Secretaria no Centro do Rio.
Motivação sem investimento
Nas conversas com os candidatos, Roberto Sá falou da intenção de retomar o programa de metas, implantado durante a gestão Beltrame, que media o desempenho dos policiais e dava prêmios a quem atingisse metas estipuladas pela secretaria.
A escolha dos nomes também passa por definir quem está mais apto a cobrar desempenho dos agentes. O secretário procurou por um gestor capaz de motivar as tropas sem previsão de investimento neste fim de ano.
Até sexta (14), a dívida apenas da Secretaria de Segurança estava em R$ 100 milhões, de acordo com a Secretaria de Fazenda do Rio. Toda a área de segurança estadual, reunindo as polícias, a administração penitenciária e os bombeiros, tem uma dívida que chega a R$ 1 bilhão.
Perfil
Roberto Sá ocupou a Subsecretaria Operacional da Secretaria de Segurança do Rio durante toda a gestão Beltrame. Sá foi major da Polícia Militar do Rio.
Após se envolver em um caso de auto de resistência na favela de Manguinhos, na Zona Norte do Rio, deixou o Bope (Batalhão de Operações Especiais) e passou a ser lotado em outras instituições. Entre elas, a Assembleia Legislativa (Alerj).
Aprovação de Cabral
O policial integrou a segurança do Legislativo do Rio durante a presidência do então deputado Sérgio Cabral. O ex-governador deu aval ao nome de Sá para substituir Beltrame.
Formado em Direito pela PUC-Rio, Roberto Sá entrou na Polícia Federal em 2004. Passou dois anos na Superintendência da PF no Acre, antes de vir para a equipe de Beltrame, em 2007.
Em 2014, foi indicado por Cabral para ser secretário de Segurança do Espírito Santo, mas não aceitou o convite do governador Paulo Hartung (PMDB). Na mesma época, Beltrame indicou o auxiliar para assumir a Segurança nos estados do Ceará e do Rio Grande do Sul. Novas recusas, até aceitar a proposta na semana passada.
Roberto Sá é casado com uma professora e tem duas filhas universitárias.