TESOURO COLONIAL À BEIRA DO COLAPSO: GUIA DE PACOBAÍBA PEDE SOCORRO

Guia de Pacobaíba, na Praia de Mauá, símbolo do período colonial, sofre com abandono e corrosão.

Um dos maiores ícones do período colonial brasileiro, Guia de Pacobaíba, localizado na Praia de Mauá, em Magé, segue à margem das políticas de preservação do patrimônio histórico. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o local — considerado marco da primeira linha férrea do país, idealizada por Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá — enfrenta um dilema: a proteção legal impede intervenções diretas do município, mas o órgão responsável pouco atua para garantir a conservação do espaço.

O balneário, de rara beleza natural e cercado por igrejas centenárias e cenário imponente da Baía de Guanabara, guarda a memória de um Brasil que se modernizava. Foi dali que a linha férrea conduzia a família imperial da serra ao mar, um feito histórico hoje ameaçado pela corrosão. A antiga ponte de ferro, símbolo desse legado, perde força a cada dia e pode, em breve, desaparecer do mapa histórico.

Mobilização local

Natural do distrito, o presidente da Câmara Municipal de Magé, Valdeck Ferreira, tem liderado ações de mobilização pela revitalização do distrito com ajuda de seus pares. “Guia de Pacobaíba é parte da história não só de Magé, mas do Brasil. Não podemos assistir passivamente ao seu desaparecimento”, defende o parlamentar, que busca junto às autoridades competentes soluções para transformar o local em um polo de turismo histórico e cultural.

Moradores também se unem ao apelo. Para eles, a revitalização poderia significar não apenas resgate da memória nacional, mas também geração de empregos e desenvolvimento para o município, com o incremento do turismo.

Expectativa por solução

A atual gestão municipal, Renato Cozzolino e a população, aguardam uma postura mais efetiva do Iphan. A cobrança é por medidas urgentes de conservação e a criação de um plano que devolva ao Guia de Pacobaíba o protagonismo que lhe pertence na história do país.

Enquanto isso, o tempo segue corroendo não apenas o ferro da velha ponte, mas também a esperança de ver o patrimônio transformado em espaço vivo de visitação turística e cultural.

Guia de Pacobaíba resiste, mas sua permanência depende, sobretudo, da vontade política e do compromisso com a memória do Brasil.

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