SOS MARES: RESISTÊNCIA CONTRA DEGRADAÇÃO DESAFIA PODER PÚBLICO E SETOR PESQUEIRO

Audiência pública da Alerj expõe urgência em conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental no Rio de Janeiro.
Por Antonio Alexandre — 23 de agosto de 2025

A sobrevivência da vida marinha e das comunidades pesqueiras fluminenses foi o centro do debate realizado na última quinta-feira (21), em audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

O encontro abordou o ordenamento pesqueiro e o combate à pesca predatória, problemáticas que colocam em xeque não apenas a biodiversidade dos oceanos, mas também a dignidade de milhares de famílias que dependem da pesca artesanal e industrial para sobreviver.

Representantes do setor relataram os desafios enfrentados diariamente, como a falta de controle sobre embarcações, a perda acelerada de habitats, a fragilidade do gerenciamento costeiro e a insuficiência da fiscalização.

Deputado Renato Machado, (Foto reprodução)

As denúncias apontam ainda para uma realidade de descaso do poder público, frequentemente associado a interesses corporativos que negligenciam a urgência da preservação ambiental:
Precisamos equacionar a proteção do meio ambiente com o desenvolvimento. Esse debate envolve pescadores, ambientalistas e o Estado, e é um desafio que aceitamos com a determinação de avançar em soluções que contribuam para o futuro da pesca e da economia nacional”, afirmou o deputado Renato Machado (PT).

União e Força

A audiência também evidenciou a força da mobilização popular. Associações como a AHOMAR
(Associação Homens e Mulheres do Mar), presidida por Alexandre Anderson; a LIPESCA (Liga das Entidades da Pesca do Rio de Janeiro); APASLA (Associação de Pescadores Artesanais de Suruí e Lagoinha), representada Chico Pesqueiro juntamente com Rafael Santos da ACAMM (Associação de Pescadores e Amigos do Mangue Artesanais de Suruí ), apresentaram relatos contundentes sobre os impactos da degradação marinha na vida das comunidades costeiras.

Nomes simbólicos, como Chico Pescador, de Araruama, ao lado de tantos outros anônimos que lutam em silêncio, foram citados como verdadeiras barreiras de resistência contra a destruição do maior ecossistema do planeta. Esses personagens representam a linha de frente de uma batalha desigual, marcada pela luta diária contra a pesca predatória, a poluição e o abandono institucional.


Alexandre Anderson (AHOMAR, foto reprodução)

O encontro reforçou um consenso: sem medidas firmes e articuladas entre Estado, sociedade civil e setor produtivo, não haverá futuro sustentável para a pesca no Rio de Janeiro.

A mobilização crescente de comunidades e entidades busca transformar indignação em soluções, pressionando o poder público a adotar políticas que aliem proteção ambiental, geração de renda e respeito às tradições culturais.

O grito que ecoa das praias, baías e lagoas fluminenses não é apenas por sobrevivência, mas por dignidade e futuro. E, diante das urgências reveladas, resta a pergunta: até quando o poder público vai ignorar o chamado do mar?

Por fim, deixo para reflexão um pequeno texto que diz muito sobre esses guerreiros cuja vida tem laços estreitos com o mar e a preservação:

“Tenho esperança de que um maior conhecimento do mar, que há milênios dá sabedoria ao homem, inspire mais uma vez os pensamentos e as ações daqueles que preservarão o equilíbrio da natureza e permitirão a conservação da própria vida.”
(Jacques Cousteau, oceanógrafo).

 

Além disso, verifique

FESTIVAL DIVERSIDADES CELEBRA INCLUSÃO CULTURAL EM MAGÉ

Haverá intérprete de Libras, audiodescrição, materiais em Braille e estrutura física adaptada para pessoas com …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *