PF apreende planilhas com valores para mais de 200 políticos.
Planilhas apreendidas pela Polícia Federal lista doações feitas pelo Grupo Odebrecht a mais de 200 políticos do país. Os documentos foram apreendidos com Benedicto Barbosa Silva Júnior, conhecido como “BJ”, presidente da Odebrecht Infraestrutura e um dos principais interlocutores do empresário Marcelo Odebrecht na alocação de recursos a campanhas políticas.
Ainda não é possível afirmar se as doações foram feitas legalmente ou por meio de caixa 2. Outros documentos descobertos pela Lava-Jato indicam que alguns desses repasses possam ter sido feitos sem o conhecimento da Justiça Eleitoral.
Na lista, antecipada pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, estão políticos de vários partidos. Chama a atenção que os nomes estejam relacionados a codinomes. O senador José Sarney (PMDB), por exemplo, é chamado de “Escritor”. Renan Calheiros, o “Atleta”. Eduardo Paes, prefeito do Rio, tem como codinome “Nervosinho”. Eduardo Cunha (PMDB) , presidente da Câmara dos Deputados, é o “Caranguejo”. O senador Humberto Costa (PT), “Drácula”. O também senador Lindbergh Farias (PT) aparece como “Lindinho”, como, de fato, é conhecido.
A soma dos valores relacionados aos políticos é de R$ 55,1 mil, mas pela quantidade de nomes, e o patamar de gastos das campanhas eleitorais, sugere que a quantia possa ser, na verdade, de R$ 55,1 milhões.
Na 26ª fase da Lava-Jato, deflagrada nesta terça-feira, os investigadores descobriram uma contabilidade paralela da Odebrecht, suspeita de ter criado um departamento apenas para gerenciar o pagamento a políticos e agentes públicos. Nela, os valores também são atribuídos apenas a codinomes, como forma de dificultar a identificação do destinatário. Para a força-tarefa da Lava-Jato, o dinheiro que saiu da contabilidade paralela da empresa era propina de contratos da Petrobras.