Presidente ucraniano afirma que solução poderia respeitar a atual linha de frente do conflito, mas reforça que decisão dependerá de garantias internacionais e da soberania do país.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, admitiu publicamente a possibilidade de discutir a cessão de territórios à Rússia como parte de um eventual acordo para encerrar a guerra. A declaração foi feita nesta sexta-feira, durante entrevista coletiva em Kiev, e marca um dos posicionamentos mais pragmáticos do líder ucraniano desde o início do conflito.
“Nossa posição é de que é justo ficarmos, cada um, nas posições que ocupa, ou seja, na atual linha de frente”, afirmou Zelensky, ao comentar cenários possíveis para uma negociação de cessar-fogo ou acordo de paz. A fala indica que a Ucrânia poderia aceitar, ao menos temporariamente, a manutenção do controle territorial conforme a situação atual do campo de batalha.
Apesar da sinalização, o presidente destacou que qualquer entendimento dependerá de garantias sólidas de segurança internacional, além do respeito à soberania e à integridade do Estado ucraniano. Zelensky reiterou que a Ucrânia não reconhece legalmente a anexação de territórios ocupados pela Rússia, como partes do leste e do sul do país.
A declaração ocorre em meio ao desgaste prolongado da guerra, pressões diplomáticas internacionais por uma solução negociada e discussões sobre o futuro do apoio militar ocidental à Ucrânia. Analistas avaliam que o discurso reflete uma tentativa de manter canais de diálogo abertos sem abandonar, oficialmente, as reivindicações territoriais de Kiev.
Até o momento, o Kremlin não se manifestou sobre as declarações. A Rússia, por sua vez, tem sustentado que os territórios ocupados são “irrevogavelmente” parte de seu território, o que mantém as negociações em um cenário de grande complexidade e incerteza.

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