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Vereador preso com dinheiro na banheira e mais cinco são alvo de nova fase da Operação Caminho do Ouro

Investigações apontam que esquema causou prejuízo de 858 mil aos cofres públicos.

O vereador Paulo Igor (MDB), preso em abril de 2018 com R$ 155 mil e 10.300 dólares escondidos na banheira, outros quatro vereadores e um ex-vereador são alvos da Operação Sala Vip, um desdobramento da Operação Caminho do Ouro, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. O vereador Wanderley Taboada (PTB) foi preso por porte ilegal de arma.

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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e agentes da Delegacia Fazendária buscam cumprir 12 mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (11). As buscas acontecem na Câmara, na casa dos investigados e em sedes de empresas.
As investigações apontam que o esquema causou um prejuízo de 858 mil aos cofres públicos através de crimes de fraude em licitação e peculato cometidos entre 2013 e 2018.

O ex-vereador Marcos Luiz Bernardes Souza, o Marcos Montanha (SD); Ronaldo Luiz de Azevedo Carvalho, o Ronaldão (PR); Luiz Antônio Pereira Aguiar, o Luizinho Sorriso (PSB); Reinaldo Meirelles da Sá, conhecido como Meirelles (PP); e Wanderley Braga Taboada, o Wanderley Taboada (PTB), foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público após terem os nomes encontrados escritos em papéis fixados nos maços de dinheiro encontrados na hidromassagem.

O vereador Wanderley Taboada foi preso por porte ilegal depois que a polícia encontrou uma arma na casa dele durante o cumprimento de um dos mandados na manhã desta sexta-feira. Wanderley foi levado paa a Cidade da Polícia, no Rio de Janeiro.

Sala VIP

A operação foi batizada de Sala VIP por conta do local onde eram feitas as negociações e a distribuição de propina pelo então ex-presidente do legislativo, Paulo Igor, segundo as investigações.

Os valores encontrados na banheira de Paulo Igor estavam divididos em 15 maços separados e com bilhetes com nomes e iniciais. Cinco deles tinham as inscrições de apelidos e iniciais dos nomes de vereadores, que foram denunciados a partir disso.

De acordo com o MPRJ, técnicos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) concluíram ser de Paulo Igor a caligrafia nos pedaços de papel. Além da hidromassagem, havia dinheiro em uma gaveta da mesa de cabeceira e dentro de um carro.

De acordo com a denúncia do MPRJ, Paulo Igor procurou os outros vereadores denunciados para fazer negociações em “troca de sustentação política por meio de aprovação de projetos de lei do seu interesse e formação de uma base de oposição à gestão do então prefeito Rubens Bontempo”. Segundo o Ministério Público, Paulo Igor também tinha o objetivo de permanecer no cargo de presidente da Câmara.

A investigação apurou que os valores recebidos pelo então presidente da Câmara para posterior distribuição aos demais era de origem ilícita, resultante de corrupção decorrente das verbas municipais desviadas de pagamentos superfaturados às empresas contratadas pelo legislativo.

Paulo Igor ficou preso em Bangu 8 por cerca de cinco meses e deixou a prisão em setembro do ano passado após conseguir um habeas corpus.

Caminho do Ouro

 
A Operação Caminho do Ouro foi deflagrada em abril do ano passado e resultou na prisão de Paulo Igor. A ação também tinha como alvo o vereador Luiz Eduardo Francisco da Silva, conhecido como Dudu. Ele não chegou a ser preso porque não foi encontrado. Dudu ficou foragido até conseguir um habeas corpus concedido pela Justiça.

Em setembro, Dalle Schmid, advogada de defesa de Dudu, informou que “ele não se entregou porque entende que é inocente e que a prisão não era cabível”. Ela disse ainda que dentro de um prazo legal vai entrar com uma ação para que Dudu retorne ao mandato de vereador.

Na mesma operação, também foram apreendidos cerca de R$ 239 mil em espécie na residência do denunciado Wilson da Costa Ritto Filho, empresário que respondia pela Elfe Soluções em Serviços LTDA, sociedade que foi favorecida em licitação fraudulenta ocorrida na Câmara Municipal de Petrópolis.

O Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE/MPRJ), constatou, por exemplo, sobrepreço de R$ 1 milhão em contrato com a Elfe, além de mais de R$ 400 mil de superfaturamento na contratação da Crystal Service Conservação, entre outras irregularidades.

O nome de Wilson consta na lista de indiciados (2016) por formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro, na Operação Lava Jato da Polícia Federal.

Fonte: Portal G1