Trump adverte o presidente do Irã: ‘Nunca mais volte a ameaçar os Estados Unidos’

Rouhani adverte americano em meio à suposta ação dos EUA para causar agitação política entre iranianos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu o Irã sobre consequências “que muitos poucos sofreram ao longo da história” se ameaçar os Estados Unidos. A declaração é uma resposta a um discurso feito no domingo pelo presidente iraniano, Hassan Rouhani, que recomendou aos EUA “não brincar com fogo”.

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“Ao presidente iraniano Rouhani: NUNCA MAIS VOLTE A AMEAÇAR OS ESTADOS UNIDOS OU SOFRERÁ CONSEQUÊNCIAS COMO AS QUE POUCOS SOFRERAM NA HISTÓRIA”, escreveu Trump em sua conta do Twitter. “JÁ NÃO SOMOS UM PAÍS QUE AGUENTARÁ SUAS PALAVRAS DE VIOLÊNCIA E MORTE. SEJA CAUTELOSO!”

Horas antes, o presidente iraniano tinha pedido a Washington “para não brincar com fogo”, já que começar um conflito com Teerã representaria “a mãe de todas as guerras”. Fontes informaram à agência Reuters que o governo Trump lançou uma ofensiva de discursos e comunicações on-line, com exageros e distorções, para pressionar o Irã a encerrar seu programa nuclear e o apoio a grupos militantes como o Hamas palestino e o Hezbollah iraniano.

Negociar hoje com os EUA não significa mais que rendição e o fim das conquistas da nação do Irã. Se nos rendermos para um fanfarrão mentiroso como Trump, saqueiam o Irã  sustentou Rouhani. Senhor Trump, não brinque com o rabo do leão, isso só levará ao arrependimento. Os Estados Unidos deveriam saber que a paz com o Irã é a mãe de todas as pazes, e que a guerra com o Irã é a mãe de todas as guerras.

Em maio, Trump tomou uma de suas mais polêmicas decisões no cenário internacional ao retirar os EUA do acordo nuclear assinado em 2015 pelo então presidente Barack Obama — junto com Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia — para que o Irã desativasse seu programa de armas nucleares. Pelos termos do acordo, o Irã se comprometeu a reduzir suas capacidades nucleares em troca da retirada de sanções econômicas e o descongelamento de ativos no exterior.

Desde então, os EUA retomaram a política anterior ao acordo, impondo sanções contra Teerã e membros do governo, além de proibir empresas que operem no Irã a fazer negócios nos EUA.

AGITAÇÃO POLÍTICA NO IRÃ

De acordo com fontes no governo americano, Washington pôs em prática uma ofensiva para fomentar a agitação política no Irã. A campanha, apoiada pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, e pelo conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, atua em conjunto com a retomada das sanções. Na noite de domingo, Pompeo denunciou os líderes iranianos como uma “máfia” e prometeu apoiar o povo iraniano insatisfeito com o governo.

O porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Bahram Qasemi, disse que a posição de Pompeo interfere nos assuntos internos do país:

O discuro de Pompeo no domingo é uma clara interferência nas questões estatais do Irã. Tais políticas unirão os iranianos para superar conspirações contra o país sustentou a autoriade.

O chefe da milícia iraniana Bassidj afirmou que as ameaças do presidente americano, Donald Trump, fazem parte de uma “guerra psicológica”:

“As declarações de Trump contra o Irã se enquadram em uma guerra psicológica. Ele não está em posição de agir contra o Irã”, afirmou o general Gholam Hossein Gheypour, segundo a agência de notícias Isna. “Os que têm medo da guerra psicológica desse presidente louco saberão que os Estados se contentarão apenas com nossa aniquilação. Mas o povo iraniano e as Forças Armadas se levantarão contra nossos inimigos”, acrescentou.

A ofensiva americana trata os líderes iranianos de forma dura, às vezes usando informações exageradas ou que contradizem declarações oficiais. O governo americano não se pronunciou ao ser questionado sobre a ofensiva, mas uma análise dos canais de comunicação oficiais na língua persa falada em Irã, Afeganistão e Tadjiquistão mostra aumento das críticas a Teerã nos últimos meses.

Porém, algumas informações disseminadas são incompletas ou distorcidas. Especialistas também afirmam que o governo americano exagera ao relacionar o Irã com os militantes do Talibã e da al-Qaeda. Mas, em vez de forçar as mudanças desejadas por Washington, as sanções econômicas e a campanha de desinformação podem levar ao recrudescimento o regime de Teerã.

Aliados dos americanos, no entanto, apoiaram a estratégia de Trump. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou nesta segunda-feira a “posição dura” do republicano contra o Irã:

Quero homenagear a dura posição manifestada ontem pelo presidente Trump e pelo secretário de Estado Mike Pompeo contra a agressividade do regime do Irã disse o premier durante reunião de seu gabinete.

Fonte: Jornal O Globo

 

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