Em nota, o governo afirma que os trens serão aposentados até o fim deste ano.
A ditadura militar ainda não tinha acabado e o Mané Garrincha estava vivo quando eles começaram a rodar. Apelidados de “vovôs dos trilhos”, por terem mais de 40 anos de uso, 12 trens antigos ainda circulam pelos ramais da SuperVia. Foi um desses que encostou ontem, na plataforma de Belford Roxo, trazendo desânimo aos passageiros. Produzidos numa época em que ar-condicionado era um luxo impensável para os vagões, os quentões são alvo de queixas dos usuários.
São quentes, feios e desconfortáveis. Já estão prometendo há anos renovar a frota desabafa o estudante Anderson Gomes, de 34 anos.
Remanescentes de um programa de melhorias que está em curso desde 2010, os trens antigos ainda vão incomodar passageiros por algum tempo. De acordo com a concessionária, os quentões serão aposentados até 2020. A climatização total da frota depende da entrega das últimas composições encomendadas pelo governo à empresa brasileira Alstom, segundo a Supervia, que ressalta: “Atualmente, 99% das viagens da SuperVia em dias úteis (e 100% nos fins de semana) já são realizadas em trens com ar-condicionado”.
Pior sem eles
Os moradores de Guapimirim não podem contar nem mesmo com os quentões. A operação ferroviária no trecho, que vai até Saracuruna, foi interrompida por conta de uma “ocorrência mecânica com a locomotiva que operava no local”. Devido à complexidade da manutenção, o serviço foi terceirizado. Para não deixar os passageiros a pé, a empresa passou a disponibilizar viagens de ônibus no percurso.
De acordo com a SuperVia, a previsão é que a operação seja retomada na primeira semana de maio. “Os passageiros estão sendo informados sobre a situação por meio dos canais de comunicação da concessionária”, diz.
Em nota, a concessionária informou que está fazendo renovações e investimentos no sistema ferroviário.
Leia na íntegra:
“A SuperVia esclarece que está realizando um investimento de R$ 3,3 bilhões no sistema .A atual gestão da SuperVia vem realizando os maiores investimentos da história do sistema ferroviário dos últimos 40 anos, em parceria com o Governo do Estado. Até 2020, os investimentos da concessionária no sistema somarão R$ 2,1 bilhões e os do Governo do Estado, mais R$ 1,2 bilhão. O programa de melhorias, que está em curso desde 2010, contempla a renovação da frota de trens e, graças a ele, a idade média das composições, que já foi de 30 anos, hoje é de 17. Os investimentos possibilitaram a chegada de 120 novos trens com ar-condicionado e a aposentadoria de outros 107. Mais 12 trens antigos serão aposentados até 2020. A entrega mais recente foi realizada pelo governador Pezão no início deste mês. Atualmente, 99% das viagens da SuperVia em dias úteis (e 100% nos fins de semana) já são realizadas em trens com ar-condicionado. A climatização total da frota depende da entrega das últimas composições encomendadas pelo Governo do Estado à empresa brasileira Alstom.
Em relação à extensão Guapimirim (ramal Saracuruna), a SuperVia informa que precisou interromper temporariamente a operação ferroviária no trecho, no dia 16 de março, por conta de uma ocorrência mecânica com a locomotiva que operava no local. Devido à complexidade, a manutenção foi terceiriza.
Já a Secretaria estadual de Transportes nega que os trens irão circular até 2020. Em nota, o governo afirma que os trens serão aposentados até o fim deste ano.
Leia, na íntegra:
“A Secretaria de Estado de Transportes informa que não procede a informação divulgada neste sábado sobre a renovação da frota de trens da SuperVia. Com a entrega dos seis novos trens da Alstom adquiridos pelo Estado (o primeiro deles foi entregue no dia 10 de abril), a renovação da frota será concluída. As demais composições chegarão até o fim desse ano.
Esses são os últimos trens necessários à conclusão da climatização da frota de mais de 200 operados pela concessionária. Com a modernização do sistema, as composições mais antigas, que não contam com refrigeração, vão saindo de circulação”.
Fonte: Jornal Extra