TRANSPORTES NA REGIÃO DOS LAGOS DURANTE O VERÃO: GARGALOS E SOLUÇÕES PARA A ALTA TEMPORADA

Vias estreitas, falta de semáforos, congestionamentos e pressão turística expõem fragilidade da mobilidade em Araruama, Saquarema e demais cidades da região.

Com a aproximação do verão, a Região dos Lagos se prepara para mais uma temporada de superlotação. Entre dezembro e fevereiro, o fluxo de turistas multiplica por quatro ou cinco a população das cidades litorâneas, revelando gargalos antigos na mobilidade urbana e rodoviária — especialmente nos municípios de Araruama, Saquarema, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios.

Além das rodovias sobrecarregadas, dois fatores vêm agravando o caos urbano: vias estreitas de mão dupla e a falta de semáforos para travessia de pedestres, que deixam moradores e visitantes vulneráveis e provocam retenções que se estendem por quilômetros.

Rodovias estreitas e perigosas: Araruama e Saquarema no centro do problema

Araruama

A cidade, apesar de ter ampliado seu papel turístico e econômico, ainda depende de uma malha viária com trechos urbanos estreitos, especialmente:

  • RJ-106 (Amaral Peixoto) na altura do Centro, Pontinha, Areal e Praia Seca, onde a pista simples e mão dupla causa longas filas.

  • Falta de travessias seguras: pedestres disputam espaço com veículos em alta velocidade. Semáforos são raros, e a travessia improvisada aumenta o risco de acidentes.

  • Pontos de ônibus mal distribuídos, que criam retenções e obrigam motoristas a paradas bruscas.

Durante a alta temporada, a lentidão na RJ-106 chega a impactar bairros distantes, como Praia do Hospício e Iguabinha, travando toda a orla lagunar.

Saquarema

Capital nacional do surfe, Saquarema enfrenta situação semelhante — ou pior — devido ao crescimento acelerado do turismo:

  • A RJ-106 no trecho Bacaxá–Boqueirão–Itaúna opera acima da capacidade.

  • As vias internas estreitas, como o acesso à Praia de Itaúna, não comportam vans de turismo, ônibus, carros particulares e pedestres ao mesmo tempo.

  • Falta de semáforos e passarelas: moradores denunciam dificuldade para atravessar em pontos críticos como Vilatur, Sampaio Corrêa e Barra Nova.

  • Em dias de evento, como campeonatos de surfe, as filas podem ultrapassar 10 km.

Com pistas de mão e contramão compartilhadas, qualquer ocorrência — uma pequena batida ou carro parado — paralisa toda a cidade.

Outras cidades repetem o padrão de sobrecarga

Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios também apresentam:

  • Entradas urbanas estreitas, impossibilitadas de receber o fluxo crescente.

  • Ausência de semáforos modernos, prejudicando pedestres e travessias turísticas.

  • Vias que não comportam ao mesmo tempo ambulantes, ciclistas e veículos.

  • Gargalos em trevos, rotatórias e retornos insuficientes.

A CCR Via Lagos projeta novos recordes de tráfego, com possíveis picos acima de 45 mil veículos/dia, sobrecarregando os acessos urbanos já fragilizados.

Transporte público insuficiente e atrasado

O aumento populacional sazonal colapsa as linhas de ônibus:

  • Em Araruama, linhas para Praia Seca e Paraty ficam superlotadas.

  • Em Saquarema, rotas Bacaxá–Itaúna funcionam com intervalos irregulares devido às retenções.

  • Búzios e Arraial enfrentam escassez de veículos nos horários de maior procura.

A falta de corredores exclusivos e de integração metropolitana amplia os atrasos.

Medidas emergenciais para 2025/2026

As prefeituras estudam um pacote de intervenções para tentar reduzir o caos:

Curto prazo (alta temporada)

  • Instalação de semaforização provisória em trechos críticos de Araruama e Saquarema.

  • Abertura de faixas reversíveis em horários de pico na RJ-106.

  • Operações de trânsito reforçadas com agentes municipais.

  • Criação de bolsões de estacionamento e transporte complementar regulado.

  • Rotas alternativas sinalizadas para praias e centros comerciais.

Médio e longo prazo

  • Duplicação gradual da RJ-106 entre São Pedro, Araruama e Saquarema.

  • Novo plano de mobilidade integrado para Lagoa de Araruama.

  • Ampliação de passarelas e travessias com semáforos inteligentes.

  • Modernização dos acessos às praias mais procuradas.

  • Expansão de ciclovias conectando bairros turísticos.

Impacto econômico e social

O trânsito caótico reduz o tempo útil do turista, atrapalha o comércio local, dificulta o atendimento de emergências e prejudica a qualidade de vida dos moradores. Hoteleiros e comerciantes pressionam por ações imediatas, alegando que a mobilidade se tornou um dos maiores entraves ao desenvolvimento regional.

A Região dos Lagos chega ao verão diante de um desafio urgente: equilibrar o crescimento turístico com infraestrutura adequada. As rodovias estreitas, a falta de semáforos e o aumento explosivo de veículos pedem soluções coordenadas entre Estado e prefeituras.
Sem um esforço conjunto, Araruama, Saquarema e demais cidades continuarão enfrentando congestionamentos gigantescos e risco elevado para motoristas e pedestres.

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