Orçado inicialmente em mais de R$ 85 milhões, as obras no Edifício Serrador incluem a criação de um plenário para os debates e votações dos vereadores.
A Câmara Municipal do Rio revisou os custos previstos para as obras no Edifício Serrador, reduzindo o orçamento de R$ 85 milhões para R$ 74 milhões, uma queda de R$ 10,2 milhões. A decisão veio após questionamentos do Tribunal de Contas do Município (TCM) sobre o alto valor inicialmente estimado. A principal alteração foi no cálculo do BDI (Benefícios e Despesas Indiretas), que compreende a margem de lucro da empreiteira. Segundo o TCM, os valores estavam acima dos padrões definidos na tabela de obras da prefeitura.
As obras no Serrador incluem a criação de um plenário para os debates e votações dos vereadores, necessitando intervenções estruturais, como a demolição parcial de um andar para aumentar o pé-direito, acomodar painéis de votação e instalar galerias para o público. A licitação, inicialmente marcada para 8 de janeiro, foi adiada para o dia 23 do mesmo mês, enquanto a equipe técnica e os conselheiros do TCM avaliam se as 23 exigências de esclarecimentos feitas à Câmara foram atendidas. Caso necessário, novos ajustes no projeto poderão ser realizados.
Além dos custos da obra, a Câmara ainda prevê despesas com a aquisição de mobiliário para a nova sede. Localizado na Cinelândia, próximo ao Passeio Público, o Edifício Serrador, um ícone da arquitetura art déco no Centro do Rio, foi comprado pela Câmara em 2022 por cerca de R$ 150 milhões. A aquisição e a centralização dos departamentos, espalhados por cinco prédios alugados, deverão gerar uma economia de aproximadamente R$ 1,5 milhão ao ano em aluguéis.
A transição dos departamentos para o Serrador está em andamento, e a expectativa é que, uma vez concluída, o Palácio Pedro Ernesto, atual sede dos vereadores, seja transformado em um centro cultural. O edifício histórico, inaugurado em 1922, foi considerado inadequado para comportar os 51 parlamentares da Câmara e para receber as reformas necessárias sem sua desocupação. O projeto integra o Quadrilátero Cultural da Cinelândia, criado em 2023, reforçando a área como um polo de cultura e história na cidade.