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Surto misterioso mata mais primatas no Rio

Desde segunda, 10 macacos e micos morreram em várias partes do Rio. Especialista alerta para risco a humanos.

Macacos-pregos e micos-estrelas vítimas de um suposto surto infeccioso foram encontrados em várias partes do Rio. O número de animais contaminados aumentou de 10 para 16 desde segunda-feira, sendo que 10 deles morreram. Inicialmente, a maioria dos primatas doentes foi achada na Praça Pio XI, no Jardim Botânico, mas já há casos registrados nos bairros Cosme Velho, Tijuca e Quintino.

A principal suspeita é de herpes simiae, vírus que pode causar a encefalite (inflamação no cérebro) em humanos, o que leva à morte.

Todos os animais encontrados são fêmeas, a maior parte na fase final da gestação. Os macacos e micos tinham um quadro neurológico forte, com sintomas como pupilas dilatadas, tremores e dificuldade de locomoção. Exames ainda estão sendo realizados no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), da Universidade Estácio de Sá.

Para o veterinário-chefe da clínica Doutor Silvestre, Marcelo Lago, o que causa a maior preocupação são os vários casos em um período curto de tempo. “Por isso, aumenta a suspeita de um vírus, e não de envenenamento”, explica.

Ele conta que tem recebido contatos de clientes da Zona Sul com dúvidas sobre o surto. E ressalta que é importante evitar entrar em contato com animais que apresentem sintomas. O procedimento correto é ligar para a Patrulha Ambiental, pelo número 1746. “Muita gente, no afã de ajudar, acaba se colocando em risco”, lamenta.

Como o vírus dificilmente é transmitido pelo ar, Lago destaca que não há motivo para pânico. “É suspeita. Qualquer animal de vida livre pode transmitir doenças. Os primatas podem ser repositórios de vírus como o da raiva humana”. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente alerta que o vírus pode ser assintomático e que o maior risco é na interação com humanos.

“Os animais são sensíveis ao herpes do homem, e podemos morrer por causa da herpes deles. A interação com as pessoas, como colocar bananas, facilita a transmissão”, diz, em nota.

Fonte: O Dia