Em discurso, sinalizou busca de ‘pacificação’ interna entre grupos pró e contra a Lava Jato.
O novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou nesta segunda-feira (18), ao tomar posse no cargo, que o Ministério Público é “corresponsável” pela preservação da democracia no país.
Gonet também defendeu que a PGR não busca “palco nem holofotes” e deve agir de forma unida para evitar “cacofonia institucional” ambos, recados ligados à divisão interna aberta no Ministério Público a partir da operação Lava Jato.
“Temos um passado a resgatar, um presente a nos dedicar e um futuro a preparar. O Ministério Público vive um momento crucial na cronologia da nossa República democrática. O instante é de reviver na instituição os altos valores constitucionais que inspiraram a sua concepção única na história e no direito comparado”, afirmou Gonet.
O novo chefe do Ministério Público Federal tratou também, no discurso, de uma necessidade de “resgatar” o papel da instituição – que, segundo ele, não é o de formular políticas públicas, mas de garantir que os poderes eleitos efetivem essas políticas.
Harmonia interna na PGR
Sem citar nomes ou episódios, Paulo Gonet ressaltou a importância do bom funcionamento de “órgãos de coordenação e disciplina” dentro da PGR.
Nos últimos anos, a operação Lava Jato e seus desdobramentos criaram duas “alas” no MP uma a favor, e outra contrária ao chamado “lavajatismo”. Gonet, como informou o blog do Valdo Cruz, teria recebido a missão de pacificar essa cisão.
O que esperar da gestão
Indicado pelo presidente Lula, Gonet passou por sabatina no Senado e foi aprovado no plenário da Casa na semana passada.
A indicação dele teve apoio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de quem já foi sócio em uma instituição de ensino e Alexandre de Moraes, com quem atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com o blog do Valdo Cruz, além da pacificação entre “lavajatistas” e “antilavajatistas”, Paulo Gonet Ele quer virar a página da gestão Aras, que criou atrito com os procuradores da Lava Jato e foi acusado de leniência com o governo Jair Bolsonaro.