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Sem conclusão do inquérito, polícia acredita que Henry foi assassinado e vereador e mãe do menino são os responsáveis

Com lesões e hemorragia, menino agonizou por horas antes de morrer. Polícia concluirá inquérito só após análise de telefone de Jairinho.

Durante 46 dias, o delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), ouviu 21 pessoas no inquérito que apura a morte do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos. Foram colhidos depoimentos de parentes, vizinhos, médicos e funcionários. Três pessoas voltaram à delegacia e mudaram o que haviam dito em seus primeiros relatos. O secretário de Polícia Civil do Rio, delegado Allan Turnowski, diz que as testemunhas ajudaram muito na investigação, mas destacou que as provas técnicas foram ainda mais importantes.

Segundo Turnowski, exames de necropsia, a reprodução simulada no apartamento da família e a perícia em aparelhos eletrônicos se mostraram fundamentais à apuração do caso. A mãe de Henry, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e o padrasto da criança, o vereador Dr. Jairinho, vão responder por homicídio duplamente qualificado, por emprego de tortura e impossibilidade de defesa.

Previsão é que investigações sobre morte do menino Henry Borel fossem encerradas no sábado (24).

Fontes ligadas à investigação, indicam que as informações contidas no celular podem trazer novos elementos ao caso. Um exame complementar no corpo da criança concluído na quarta-feira (21) apontou três ações contundentes distintas na cabeça e marcas de unha no rosto.

O celular de Jairinho foi apreendido por investigadores da 16ª DP (Barra) na operação que resultou na prisão temporária dele e da professora Monique Medeiros, detidos desde 8 de abril por suspeita de atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas. Padrasto e mãe da criança são investigados por envolvimento no assassinato.

O crime é investigado como homicídio duplamente qualificado –c om emprego de tortura e recursos que dificultaram a defesa da vítima. A Polícia Civil não descarta contudo que sejam identificados outros crimes. O inquérito deverá ser remetido ao Ministério Público do Rio (MP-RJ) na próxima semana.

Enquanto isso, os advogados que integram a defesa de Monique insistem na necessidade de que ela seja ouvida de novo pela Polícia Civil antes do término da investigação.

Estratégia da defesa

Para a defesa, a mãe de Henry também era vítima de violência doméstica. “A quem interessa o silêncio de Monique?“, questionaram os defensores.

Na sexta (23) à tarde, os advogados foram ao Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho, no complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio, para falar com a mãe de Henry. Diagnosticada com Covid-19 desde segunda (19), ela seguirá internada no local até se recuperar da doença.

Sinceramente, não sei o que ela teria a acrescentar na investigação agora que toda a versão dela foi desmontada. Já temos elementos para encerrar a investigação. Ela já mentiu. Quem garante que vai dizer a verdade agora?“, questionou o delegado Antenor Lopes, diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital ( DGPC), que coordena as investigações.

A mãe de Henry Borel relatou aos seus advogados que sofreu agressões físicas e verbais do parlamentar e que, após a morte da criança, foi manipulada para ajudá-lo. Ela definiu o relacionamento deles como abusivo.

A defesa também diz que Monique pretende dar detalhes do que aconteceu no apartamento da Barra da Tijuca na madrugada de 8 de março, quando a criança morreu.

Desde a sexta anterior (16), a Polícia Civil vem se manifestando sobre a possibilidade de concluir o inquérito sem ouvir de novo a mãe de Henry. O delegado Antenor Lopes já havia dito que não existiam indícios de que ela estivesse sendo vítima de ameaças. “Nós já julgamos ter elementos suficientes para apresentar o relatório final ao Ministério Público e em seguida ao Judiciário“, afirmou.

Não resta a menor dúvida sobre a autoria do crime‘, diz delegado sobre a morte do menino Henry

Delegado disse que Jairinho cometeu agressões que mataram o garoto e que Monique foi conivente.


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