Vírus em circulação na América desde 2015, já provocou epidemia “sem precedentes”, segundo o instituto francês.
Dados da secretaria de Saúde de São Gonçalo apontam que de janeiro a dezembro de 2015, foram notificados 2.420 casos de dengue na cidade. Até o início desta semana, 1.021 pessoas tinham sido notificadas com Zika, destas, 64 são gestantes. Os bairros de São Gonçalo com maior incidência da doença são Itaúna, Trindade, Almerinda e Jardim Catarina.
O combate ao mosquito aedes aegypti, transmissor também de doenças como dengue, e a chikungunya, voltou a ser intensificado em todo município de São Gonçalo. Nesta quinta-feira (7), agentes de endemias da Vigilância Ambiental estiveram no bairro Boaçu, onde realizaram visitas domiciliares com trabalho focado em locais com água parada e trabalho de pulverização com carro fumacê para o bloqueio químico do mosquito aedes aegypti.
Morador do bairro há 55 anos, o aposentado Manuel Nunes Ribeiro, 84, procura focos do mosquito uma vez por semana em seu quintal. Segundo ele, ninguém de sua família teve doenças causadas pela picada do mosquito.
“O cuidado começa em casa. Se você se previne não precisa remediar depois”, explica.
De acordo com o coordenador de vetores, Adauto Galvão, as ações visam o quantitativo de notificações de dengue no bairro e os profissionais eliminam criadouros para interromper o ciclo de vida do mosquito.
O verão é a estação do ano mais propícia para a reprodução do mosquito aedes aegypti. Este aumento se deve ao tempo quente aliado as chuvas de verão, época considerada ideal para o desenvolvimento das larvas e a proliferação do mosquito, que demora cerca de nove dias para se tornar adulto.
O disque-dengue municipal funciona na Ouvidoria da secretaria de Saúde no número 0800 022 6806.
Zika representa ameaça para a saúde humana
O Instituto Pasteur, da França, informou que o primeiro estudo que desenvolve sobre a sequência genética do vírus Zika vai ajudar a compreender sua evolução para desenvolver ferramentas de diagnóstico. Transmitido por mosquitos como o Aedes aegypti, da dengue, o Zika representa uma ameaça para a saúde humana, embora a infeção passe muitas vezes despercebida.
O tipo do vírus em circulação na América desde 2015, já provocou epidemia “sem precedentes”, segundo o instituto francês. O Zika foi identificado pela primeira vez em Uganda em 1947, num macaco. Ele pertence à mesma família do vírus da dengue e da febre amarela e os primeiros casos detectados em humanos foram registrados em 1968, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Na maioria dos casos (entre 70% e 80%), a infeção passa despercebida e os sintomas são semelhantes aos da gripe, com erupções na pele. O Zika pode também manifestar-se por meio de uma conjuntivite ou dor nos olhos, assim como por inchaço nos pés e nas mãos.
Até agora, nenhuma morte causada pelo vírus foi registrada, segundo a agência norte-americana para o monitoramento e a prevenção de doenças. No entanto, dois tipos de complicações graves têm sido descritas, principalmente neurológicas e malformações em fetos, o que obriga a uma “vigilância do surto”, alertou o Ministério da Saúde francês.
Não existe medicamento ou vacina específica contra o vírus. O único tratamento é a ingestão de analgésicos para reduzir a dor.
Para proteção, o Ministério da Saúde francês recomenda que se evite ser picado por mosquitos, usando roupas largas, repelentes e mosquiteiros. As mulheres grávidas, especialmente, devem ficar vigilantes. Depois de ter sido detectado na África, Ásia e no Pacífico, a doença atingiu o Continente Americano em 2015, sendo o Brasil o país mais afetado.
O Ministério da Saúde lembra que o vírus pode chegar ao sul da Europa, especialmente a França, entre maio e novembro.