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Rio tem um sistema prisional só de foragidos da Justiça: são 34 mil pessoas procuradas

A cada dia, a quantidade de foragidos nas ruas aumenta, pois a polícia não dá conta de cumprir os mandados expedidos pela Justiça diariamente.

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Se todos os foragidos da Justiça do Rio fossem capturados pela polícia de uma só vez, o estado teria que criar um novo sistema penitenciário somente para eles. Levantamento inédito feito com base em informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), revela que o Rio tem mais de 34 mil pessoas com mandados de prisão pendentes. As cadeias fluminenses têm cerca de 28 mil vagas, de acordo com dado de janeiro deste ano da Secretaria estadual de Administração Penitenciária.

Para chegar ao número de foragidos do estado, a reportagem requereu ao CNJ o número total de mandados de prisão em aberto no Rio. A instituição compartilhou a base de dados que alimenta o Banco Nacional de Mandados de Prisão, uma ferramenta online de busca das ordens judiciais (www.cnj.jus.br/bnmp), referente ao estado do Rio. Como uma pessoa pode ter mais de um mandado em seu nome, foi preciso aglutinar todas as ordens judiciais que tivessem em comum o nome do procurado e de sua mãe — para diferenciar homônimos.

Assim, o levantamento chegou ao número final de 34.913 foragidos — que têm em seus nomes um total de 51.598 mandados expedidos pela Justiça. Os dados compartilhados pelo CNJ são referentes a 17 de março.

O foragido com maior número de ordens judiciais em seu nome é Marcos Paulo Morais dos Santos, de 20 anos. Ao todo, são 31 mandados pelos crimes de roubo e roubo majorado expedidos contra o jovem desde outubro de 2015. A a média é de uma ordem de prisão a cada 15 dias. A maior parte das decisões judiciais se refere a crimes que ocorreram nos bairros de Madureira e Oswaldo Cruz, na Zona Norte.

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Em decisão de 26 de dezembro do ano passado, a juíza Maria Izabel Pena Pieranti descreve um dos delitos de que Marcos é acusado: “o roubador, empunhando uma arma de fogo e sob palavras de ordens, abordou a vítima e assumiu a direção de seu veículo. Ato contínuo, dois outros comparsas saíram do veículo Polo e embarcaram também, empreendendo fuga”.

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Chefes do tráfico são o principal alvo da polícia

No ranking dos foragidos mais procurados pela polícia, chefes do tráfico de três facções diferentes ocupam as cinco primeiras posições. O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece R$ 30 mil, maior valor entre as recompensas do órgão, por informações que levem à captura de Leandro Nunes Botelho, o Scooby, Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, Gil Pinheiro dos Santos, o Mil Gol, Sergio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, e Luciano Martiniano da Silva, o Pezão.

Todos os cinco têm mais de um mandado de prisão aberto. Entre eles, Scooby é o que coleciona mais ordens judiciais em aberto: são 29 ao todo, sendo que o mais antigo data de 2012. O traficante, apontado pela Polícia Civil como chefe do tráfico do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, é procurado pelos crimes de tráfico de drogas e diversos homicídios, como o do menino o menino Kayo da Silva Costa, de 8 anos, durante a tentativa de resgate de um comparsa no Fórum de Bangu, em 2013.

Entre os cinco foragidos, a captura considerada mais difícil pela polícia do estado é a de Pezão. Segundo fontes da Secretaria de Segurança, o chefe do tráfico do Alemão vive, atualmente, no Paraguai. Ele tem mandados de prisão em aberto, desde 2010, pelos crimes de roubo e tráfico de drogas.

Na lista de foragidos, além de brasileiros, também há estrangeiros de 24 países, como Colômbia, Chile, Estados Unidos e Congo, procurados por crimes cometidos no Rio. Entretanto, o perfil do foragido da Justiça fluminense é o criminoso de pequeno porte — a grande maioria são pessoas com somente um mandado. Como o EXTRA revelou na semana passada, o crime mais presente nas ordens judiciais expedidas pela Justiça Fluminense é o de roubo, seguido por homicídios e tráfico.

Vencidos

Cerca de 6 mil mandados de prisão que estavam no banco de dados  já estavam vencidos, apesar de constarem como “abertos”. O levantamento desconsiderou estas ordens judiciais, que tinham prazo de validade até 2016.

A cada dia, a quantidade de foragidos nas ruas aumenta, pois a polícia não dá conta de cumprir os mandados expedidos pela Justiça diariamente.

Do dia 10 ao 17 deste mês, 455 mandados de prisão foram expedidos pela Justiça do Rio — uma média de 65 por dia. Números do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que em janeiro, as polícias cumpriram uma média de 30 mandados por dia. Os 35 restantes acabam ficando na gaveta.

 

 

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